GUIAS

terça-feira, 26 de março de 2013

PSC decide manter Marco Feliciano na presidência da Comissão


Após reunião, PSC decide manter Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos

              Ele fica: Após reunião, PSC decide manter Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos. Deputado é “ficha limpa” e “tem todas prerrogativas para estar na presidência”, diz partido.

              Depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), dar um ultimato para o PSC encontrar uma solução para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, o partido anunciou nesta terça-feira (26) que Marco Feliciano (PSC-SP) vai continuar na presidência do órgão. 

              Na última semana, Feliciano enfrentou mais manifestações contrárias à sua permanência no comando da comissão e até abandonou uma sessão porque se irritou com os protestos. Mesmo assim, o vice-presidente nacional do PSC, pastor Everaldo Pereira, informou hoje que Feliciano não vai renunciar. 

              — O deputado Feliciano já se desculpou por colocações mal feitas. Qualquer um pode deslizar nas palavras, pode errar. Informamos aos senhores e senhoras que o PSC não abre mão da indicação feita pelo partido. Avaliza e repito: não abre mão da indicação feita. 

              Pereira lembrou que o deputado Marco Feliciano “foi eleito pela maioria dos membros da comissão” e que não tem antecedentes que o comprometem para explicar uma eventual renúncia. 

              — Feliciano é um deputado ficha limpa, tendo todas as prerrogativas para estar na presidência da comissão de Direitos Humanos e Minorias. 

              Antes da reunião, Feliciano chegou sorridente ao encontro e, questionado se hoje era o "Dia do Fico", o deputado respondeu com ironia.

              — É só olhar no meu rosto.

              O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), afirmou antes do encontro que a solução poderia não sair hoje por conta da "pressão".

              — Na base da pressão podemos não resolver isso hoje. 


Compreensão
              Pereira pediu a compreensão e respeito dos líderes de outros partidos e lembrou o apoio à presidente Dilma Rousseff nas eleições, "mesmo diante das declarações de que ela não sabia se acreditava em Deus e que não era contra o aborto". 

              — O PSC apoiou a presidente Dilma, sem discriminá-la, por pensar diferente de nós. O PSC é um partido que não segrega, não exclui, não discrimina ninguém. Marco Feliciano não é racista, nem homofóbico, entendemos assim. O PSC e os seus representantes não são racistas, nem homofóbicos, não discriminamos ninguém. 

Cotada para lugar de Feliciano é acusada de comprar votos

              O vice-presidente do partido disse ainda que espera uma ação respeitosa das pessoas que têm ideias divergentes porque "democracia não é grito, nem ditadura". 


— Respeitamos e queremos que nos respeitem. Um exemplo disso é que a presidente Dilma colocou na Secretaria de Políticas para as Mulheres a senhora Eleonora Menicucci, que defende o aborto. Nós protestamos, mas não fomos lá xingar a ministra. Protestamos porque temos o direito de expor nossa opinião, mas respeitosamente. 

Silêncio
              Feliciano deixou a reunião pouco depois dos líderes do partido e não quis dar entrevista. Na próxima quarta-feira (27) a Comissão de Direitos Humanos se reúne novamente, às 14 hs.

Anistia Internacional pede substituição de Feliciano
              Em nota, ela diz que "direitos fundamentais não devem ser objeto de barganha política"

              A Anistia Internacional publicou, nesta sexta-feira (25), nota oficial dizendo estar "preocupada" com a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O comunicado diz, também, que é ele é "inaceitável" para presidência da comissão.

              A nota diz que "é essencial" que os integrantes da comissão "sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e possuam trajetórias públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações e violações que continuam a fazer parte do cotidiano da sociedade brasileira".

              O comunicado diz que Feliciano tem "posições claramente discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres".

              Para a Anistia Internacional os "direitos fundamentais não devem ser objeto de barganha política".

              A nota diz que a situação "é grave" e termina afirmando que "espera que os(as) parlamentares brasileiros(as) reconheçam o grave equívoco cometido com a indicação do deputado Feliciano e tomem imediatamente as medidas necessárias à sua substituição".

Leia abaixo a nota oficial

"A Anistia Internacional vem a público expressar sua preocupação com a permanência do Deputado Marco Feliciano na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, mesmo após enorme mobilização de diferentes setores da sociedade brasileira, especialmente daqueles ligados às lutas pelos direitos de populações tradicionalmente vítimas de intolerância e violência, solicitando a sua substituição.

A Comissão de Direitos Humanos é uma instância fundamental para a efetivação das garantias de cidadania estabelecidas na Constituição. É essencial que seus integrantes sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e possuam trajetórias públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações e violações que continuam a fazer parte do cotidiano da sociedade brasileira.

As posições claramente discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres, expressas em diferentes ocasiões pelo deputado Marco Feliciano, o tornam uma escolha inaceitável para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Proteção de Minorias. É grave que tenha sido alçado ao posto a despeito de intensa mobilização da sociedade em repúdio a seu nome.

A Anistia Internacional espera que os(as) parlamentares brasileiros(as) reconheçam o grave equívoco cometido com a indicação do Deputado Feliciano e tomem imediatamente as medidas necessárias à sua substituição. Direitos fundamentais não devem ser objeto de barganha política ou sacrificados em acordos partidários."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Respeite opiniões! Identifique-se com Nome e Localidade!
Obrigado.