GUIAS

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Chacina de Unai, 9 anos depois...

Prefeito de Unaí diz que chacina de auditores há 9 anos sujou nome da cidade no país.

          Delvito Alves (PTB) derrotou grupo de Antério Manica (PSDB), ex-prefeito e acusado de ser um dos mandantes dos assassinatos

          O advogado e ex-deputado estadual Delvito Alves (PTB) elegeu-se prefeito de Unaí (MG) numa coligação que conseguiu derrubar do poder do município do grupo de Antério Manica (PSDB), ex-prefeito por dois mandatos (2005 a 2012). Antério é réu no ação que julga os nove acusados pela morte de três auditores fiscais o Trabalho e o motorista que conduzia o grupo. É apontado como um dos mandantes do crime. Delvito conta que não foi uma vitória fácil. Ele obteve 49,9% dos votos e derrotou Branquinho (PSDB), ex-vice de Antério e seu candidato a prefeito, que conseguiu 43,9% da votação.

          Delvito afirmou que a repercussão da chacina sujou no nome da cidade e que seu objetivo e tentar limpar a reputação do município no país e no mundo, que tomou conhecimento da cidade com o episódio da chacina.

          - Unaí está pagando por um preço que não deve. A imagem do nosso município está arranhada e nosso objetivo é melhorar essa imagem da cidade. Somos o primeiro PIB agrícola de Minas Gerais e o sexto do país. Vamos demonstrar que os unaienses são um povo pacífico, simples e trabalhador. Não existe aqui essa onda de violência, atrelada a essa chacina brutal - disse Delvito Alves ao GLOBO. Ele criticou o grupo adversário que derrotou.

          - Tirar esse povo do poder foi uma vitória e tanta. O poder econômico foi forte na campanha e vencemos isso também - disse.

          O prefeito evitou falar da decisão da juíza Raquel Vasconcelos Alves Lima, da 9ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG), que, na semana passada, remeteu o julgamento para o Tribunal de Júri de Unaí. A decisão da juíza foi criticada por pelo Ministério Público, pelo ministro do Trabalho, Brizola Neto, e pelo procurador-geral do Trabalho, Luis Camargo. O corregedor nacional de Justiça interino, conselheiro Jefferson Kravchychyn, chegou a conversar com a juíza, em 8 de janeiro, e ouviu dela a garantia que, em fevereiro, marcaria a data do julgamento, o que não ocorreu.

          - Nosso sentimento, com a decisão da juíza, é de inconformismo muito grande. Considero lamentável e caracteriza uma situação de impunidade do próprio Judiciário. Não há condições de se levar esse julgamento para Unaí, onde Antério Manica foi eleito prefeito quando estava preso e reeleito também com votação superior a 70% dos votos. Como poderá haver isenção num júri nesse município. O poder público não dá resposta um crime que atingiu o poder público - disse Luis Camargo.

          Na sua decisão, a juíza Raquel Vasconcelos afirmou que é direito dos réus serem julgados por seus "concidadãos". Afirmou a juíza na sua decisão: "Quanto a este ponto, é de ser ver que não se pode conceituar os pares simplesmente como sendo os leigos, os não togados. Par significa igual, semelhante, como qualquer consulta ao dicionário pode provar. Par é aquele que conhece a realidade onde vive o réu, é aquele com reais condições de aferir a conduta imputada ao réu e seus motivos. Permitir-se ao réu o julgamento pelos seus pares é fazer prevalecer o princípio constitucional da plenitude da defesa" - justificou a juíza.

          
          A reportagem tentou falar com Antério Manica e na sua residência, a informação foi de que ele estava na fazenda e impossibilitado de falar.

          Ontem completou 9 anos deste a grande chacina ocorrida no dia 28 de Janeiro de 2004. E nada foi feito, prevalecendo a impunidade deste país.


Falta de noção faz serviços de emergência acumularem chamadas "malucas" em MG

Ligações para PM, Samu e Bombeiros têm casos de galo passando mal e cadeado em bicicleta

          Telefones como o 190, 192 e 193 são muito conhecidos e já salvaram muitas vidas pela agilidade que permitem à Polícia Militar, ao Samu e aos Bombeiros no recebimento de ocorrências. Entretanto, segundo as três corporações, além dos trotes, que já causam muitos problemas, há também casos em que as pessoas ligam para o lugar errado ou ocupam as linhas sem necessidade.

          A maioria dos chamados deste tipo, que nem sempre chegam a ser registrados como ocorrências, envolvem animais. No norte de Minas, por exemplo, os atendentes do Samu de Montes Claros já receberam uma ligação em que a mulher pedia socorro para um galo que estava "passando mal". Ao ser questionada pelo atendente sobre o que a corporação poderia fazer, ela se irritou, afinal, "ele é que era o médico". Em outro caso, registrado na Grande BH pela Polícia Militar, um homem solicitou uma viatura para resgatar "uma égua com cara de cavalo".

           Conforme o Sargento Kollek Pereira, do 7º Batalhão de Bombeiros, localizado em Montes Claros, os militares são treinados para tentar identificar um trote e já possuem "táticas" que ajudam na hora de descobrir se a ligação é realmente verdadeira. No caso dos chamados "de verdade", mas que não são de competência da corporação, a grande maioria está relacionada aos animais.

— Eu mesmo já presenciei isso. Houve o atropelamento de um animal, de um cachorro, e a mulher ligou pedindo que fôssemos socorrê-lo.

          Ainda em Montes Claros, um homem chegou a ligar para a corporação pedindo que uma viatura fosse ao seu encontro para ajudá-lo a abrir um cadeado de uma bicicleta, que não queria se soltar.

           Na Polícia Militar (PM), o Centro Integrado de Comunicações Operacionais é o responsável por coordenar o serviço de recebimento de ligações do 190. Os funcionários, que se dividem entre militares e civis, recebem um treinamento com dois meses e meio de duração para aprender detalhes sobre quais registros são emergências para a polícia, quais para os bombeiros ou para o Samu e quais não chegam a ser ocorrências. De três em três meses, um curso de reciclagem é aplicado a todos, para que o serviço seja "padronizado".


             De acordo com a PM, as viaturas chegam a ser deslocadas na maioria dos casos, o que, quando constatado um trote ou um chamado desnecessário, acaba atrapalhando outras ocorrências onde as pessoas realmente estão precisando de ajuda. Ainda segundo a corporação, também é comum o recebimento de chamadas tentando saber o endereço ou o telefone de algum órgão público.

          Apesar dos casos, as corporações são unânimes ao afirmar que, na dúvida, a ligação deve ser feita para que um profissional treinado avalie cada caso.

          Seja por falta de conhecimento ou por má-fé, algumas pessoas ligam para os serviços de emergência pedindo viaturas em ocorrências inusitadas. Em uma delas, policiais de Belo Horizonte receberam uma ligação de uma mulher que alegava que o próprio celular havia "tentado matá-la três vezes". Segundo ela, o aparelho fazia as ligações ameaçadoras.

          Em Montes Claros, no norte do Estado, atendentes do Samu receberam a ligação de uma mulher que pedia ajuda para um galo. Ao ser questionada sobre o que o Samu poderia fazer pelo animal, ela reclamou: "Vocês é que têm que saber! Vocês não são médicos?"

           Uma mulher do bairro Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, ligou para o 190, em busca de ajuda da Polícia Militar para protegê-la dos ataques do cachorro do vizinho. Ela afirmava que o animal seria "uma fera" e que já teria sido agredida por ele mais de uma vez. Ao questionar a vítima sobre a raça do cão, os militares descobriram se tratar de um poodle.

             Um morador do bairro Paulo VI, na região nordeste de Belo Horizonte, ligou para a Polícia Militar na tentativa de obter ajuda para encontrar sua égua de estimação, que estava perdida. Mas o animal não era qualquer um. Segundo a PM, tratava-se de "uma égua com cara de cavalo".

           Em Janaúba, no norte de Minas, um garoto de apenas dez anos resolveu colocar um anel no pênis antes de sair para jogar futebol. Com o acessório, ele acabou levando uma bolada no local, que ficou inchado e prendeu o adereço. Os Bombeiros foram acionados para ajudar o garoto a ir para o hospital.
           Um cadeado preso a uma bicicleta é motivo para uma ligação para o Corpo de Bombeiros? Em Montes Claros, foi. Sem conseguir tirar a magrela do lugar, um homem ligou para a corporação em busca de socorro. Ele teve que ser convencido depois de muita conversa, que o seu chamado não valia a mobilização de uma viatura.

           Também no norte do Estado, um atendente do Samu atendeu a um trote onde uma jovem, não falava nada, apenas cantava o refrão da música da dupla João Lucas e Marcelo. Enquanto ela "queria o tchu ou o tcha", quem estava do outro lado da linha tentava desligar o telefone para cuidar de chamadas sérias. 
                    Um resgate dentro de uma fossa seria uma ocorrência comum para o Corpo de Bombeiros no norte de Minas, não fosse o que estava dentro dela. Sem saber explicar como, um homem ligou para a corporação ajudá-lo a "salvar" uma porta que havia caído no local.



Surge a vacina da esperança contra a AIDS

Esperança contra a aids, vacina será testada em 48 pessoas na França



          Uma vacina que mostrou potencial para a cura da AIDS vai ser experimentada inicialmente em Marselha em 48 pessoas infectadas com o vírus HIV, anunciou nesta terça-feira o órgão gestor dos hospitais municipais da cidade francesa. A vacina foi desenvolvida pelo laboratório de biologia estrutural dirigido por Erwann Loret, que contém um princípio ativo que atua sobre a proteína Tat, explicou em comunicado a Assistência Pública dos Hospitais de Marselha. O objetivo é fazer com que o sistema imunológico gere anticorpos que neutralizem a proteína, a qual se atribui uma grande responsabilidade na resistência das células infectadas pelo vírus da aids. Caso seja confirmada a eficácia, a vacina poderá substituir o coquetel de medicamentos utilizado atualmente. Os testes, que começam em fevereiro, durarão dois anos, e os resultados serão publicados provavelmente em junho de 2015. A princípio, os testes começarão com a vacinação de voluntários separados em quatro grupos, com doses diferentes para os três primeiros e um placebo para o quarto. Com a primeira fase, procura-se observar se há contra-indicação e calcular a dose ótima. Em caso de sucesso, o teste será ampliado a 80 pacientes, alguns com a dose considerada adequada e outros com um placebo. A Assistência Pública dos Hospitais de Marselha ressaltou em nota que a eficácia ficou demonstrada em experimentos feitos "in vitro" e em macacos.