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domingo, 6 de dezembro de 2015

Novo transplante de fezes pelo nariz funciona melhor do que antibióticos no tratamento de doenças, diz pesquisa

Um procedimento médico relativamente novo, chamado de transplante fecal, está superando os antibióticos na luta contra infecções graves.


              Os médicos coletam uma amostra de fezes de uma pessoa saudável, a congela, bate ela em um liquidificador até ficar líquido e, em seguida, insere o material pastoso no intestino de uma pessoa doente novamente por um tubo através do nariz ou através do reto.

              O método, que coloniza o intestino com bactérias saudáveis, tem uma taxa de sucesso de 85% contra infecções com risco de vida, tais como Clostridium, em comparação com apenas 20% pelo tratamento antibiótico padrão.

              Reguladores federais ao redor do mundo ainda estão relutando pela decisão do uso de transplantes fecais, mas algumas clínicas já estão oferecendo declaradamente o procedimento.

              Um relatório publicado no British Medical Journal (BMJ) diz que ensaios e acompanhamento a longo prazo são urgentemente necessários para fornecer conselhos sensatos para os pacientes. No entanto, até o momento, poucos efeitos adversos foram relatados, após mais de 7.000 transplantes, que parecem relativamente seguros para pacientes idosos e aqueles com sistemas imunológicos prejudicados, diz Tim Spector, do King’s College de Londres, na Inglaterra, e Rob Knight, da Universidade da Califórnia San Diego, EUA.

              Mais de 500 centros dos EUA já oferecem o transplante fecal, com a maioria usando doações congeladas desde a organização do banco de fezes, em Boston. O órgão regulador do Reino Unido (MRHA) classificou - temporariamente - os transplantes fecais como uma forma de medicamento.

              O procedimento também está sendo testado em outras condições, incluindo obesidade, diabetes, síndrome do intestino irritável e colite. No entanto, Spector e Knight dizem que alegações de que o transplante fecal poderia ser uma panaceia para várias doenças são, provavelmente, muito otimistas. É importante lembrar que também há riscos de infecção, e a transferência de micróbios para um novo hospedeiro poderia incluir a transferência de predisposição a obesidade e até mesmo doença mental.

"Estes riscos possíveis sugerem que o transplante fecal, 
embora seja uma nova ferramenta emocionante, 
devem ser cuidadosamente monitorados e refinados, 
incluindo a maioria dos principais micróbios benéficos"
Escreveram os pesquisadores no BMJ.