GUIAS

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Cientistas descobrem que pulgões são capazes de realizar “fotossíntese”

Afídeos de ervilha podem ter uma capacidade 
sem precedentes para colher luz solar, 
usando a energia para fins metabólitos.


              Isso o tornaria a única espécie de inseto que se tem notícia de possuir uma bioquímica semelhante à encontrada em plantas quando realizam fotossíntese.

              De acordo com os especialistas, o segredo está em uma classe de moléculas chamadas carotenoides, um tipo de pigmento responsável por funções essenciais de visão e crescimento ósseo em animais, além de serem usados na produção de vitaminas. Todos os animais conhecidos obtêm carotenoides comendo plantas, algas ou fungos que naturalmente sintetizam os compostos de cor vermelho-alaranjado.

              De acordo com os pesquisadores Tyler Jarvik e Nancy Moran, ambos da Universidade do Arizona, os afídeos de ervilha (também chamados de pulgões) podem produzir seus próprios carotenoides, assim como uma planta: “O que aconteceu é que um gene encontrado em fungos foi copiado por pulgões”, disse Moran de acordo com a Wired UK. 

              Agora o entomologista Alain Robichon do Instituto Agrobiotech Sophia, na França, quer descobrir por que os insetos produzem os carotenoides e de que modo usam.

              Os carotenoides são responsáveis pela cor do corpo do pulgão e os pesquisadores descobriram que os insetos mudam de cor dependendo das condições ambientais.

              A equipe mediu os níveis de trifosfato de adenosina (ATP) nos pulgões – uma forma de medir a transferência de energia nos organismos vivos – e obtiveram resultados surpreendentes.

              Os cientistas afirmam que os carotenoides encontrados nos pulgões podem absorver a energia solar, contribuindo em um sistema fotoinduzido de transferência de elétrons, aproveitado a energia do Sol do mesmo modo que as plantas na fotossíntese.

              No entanto, os pesquisadores alertam que mais pesquisas são necessárias antes que possam ter certeza se os pulgões realizam atividades similares à fotossíntese.

              Os pesquisadores imaginam que a capacidade de usar a energia solar é aproveitada em tempos de estresse ambiental, usando este recurso como uma reserva energética.

              A pesquisa completa, feita em 2012, pode ser visualizada na revista Nature.