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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Pinguim da Patagônia altera padrão migratório para visitar brasileiro que salvou sua vida há 5 anos


                João Pereira de Souza é um pedreiro aposentado do Rio de Janeiro, que tem um vínculo de amizade com um pinguim-de-Magalhães, da região pertencente à Patagônia na América do Sul, separada pelo estreito de Magalhães – uma passagem navegável de aproximadamente 600 km ao sul da América do Sul continental.

                Este estreito é a maior e mais importante passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Nos últimos cinco anos, a ave mudou completamente seu padrão migratório natural, apenas para visitar.


                A improvável amizade começou em 2011, quando o pedreiro encontrou o pinguim – apelidado por ele de Jinling – embebido em óleo, na praia perto de sua casa. Ele trouxe a ave para casa, limpou-a, ofereceu-lhe uma refeição de sardinhas frescas e um local com sombra para descansar. Desde então, Jinling nunca ficou longe de João por muito tempo.

                Após o pinguim ter melhorado, João tentou soltá-lo em mar aberto, mas ele sempre retornava. Certa vez, ele tentou levá-lo em alto mar, em um barco, para que ele pudesse ser solto no oceano. Porém, quando João voltou para a terra firme e chegou em casa, Jinling já estava esperando por ele.

                Apesar de pinguins-de-Magalhães migrarem por milhares de quilômetros anualmente, entre colônias reprodutivas na Patagônia e áreas de alimentação localizadas mais ao norte, Jinling não se afasta do Rio de Janeiro há mais de quatro meses. Ele sempre encontra uma maneira de retornar à casa de João, às vezes passando de oito meses a um ano com o aposentado. Seu afeto com o brasileiro é tão grande, que ele apresenta comportamento agressivo quando outros animais chegam perto do homem.

                Os pescadores locais ficaram perplexos com esse comportamento incomum. 

“O mais engraçado é que o pinguim 
pode ficar aqui por semanas, 
depois caminha até a praia e parte. 
Ele passa 10, 12, 15 dias fora 
e depois volta para a mesma casa. 
Ele deveria se unir ao grupo, 
encontrar algum caminho para o sul, 
mas ele não faz isso”, 
                Relatou Mario Castro, um pescador local. 

                Jinling acabou se tornando mascote do local, com uma relação de gratidão improvável com o humano que salvou sua vida.