GUIAS

quarta-feira, 2 de março de 2016

BRASÍLIA-DF - Acordo que prevê fundo de R$ 20 bi para recuperar Rio Doce é assinado

Barragem de mineradora se rompeu 
e deixou mortos e desabrigados.
Acordo envolve criação de fundo 
com recursos para reabilitar bacia.


              Representantes dos poderes públicos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo assinaram acordo nesta Quarta-feira (160302) com a mineradora SAMARCO com o objetivo de criar um fundo de R$20.000.000,00 bilhões para recuperar a Bacia do Rio Doce
              A previsão é que, só entre 2016 e 2018, a mineradora aplique no fundo R$4.400.000,00 bilhões. 
              O ato de assinatura do acordo, no Palácio do Planalto, foi acompanhado pela presidente Dilma Rousseff.

              A SAMARCO, cujos controladores são a Vale e a anglo-australiana BHP, é a responsável pela barragem que se rompeu em Mariana-MG no fim do ano passado e deixou mortos e desabrigados. 

              A lama gerada pelo rompimento atravessou o Rio Doce e chegou ao mar do Espírito Santo. 
              No percurso do rio, cidades tiveram de cortar o abastecimento de água para a população em razão dos dejetos.

              O acordo assinado nesta quarta em Brasília-DF vinha sendo negociado entre os poderes públicos federal e estadual e a SAMARCO desde o ano passado.

              Assinaram o acordo: Luís Adams (advogado-geral da União), Izabella Teixeria (ministra do Meio Ambiente), Fernando Pimentel (governador de MINAS GERAIS), Onofre Alves (advogado-geral de MG), Paulo Hartung (governador do ES), Rodrigo Rabello (procurador-geral do ES), Roberto Nunes (diretor-presidente da SAMARCO), Murilo Ferreira (diretor-presidente da Vale), Jim (diretor comercial global da BHP) e Flávio Bocaiúvas (diretor de projetos Brasil da BHP).

              Entre os principais pontos em negociação, estava a criação do fundo de R$20.000.000,00 bilhões, para que a mineradora invista recursos na recuperação da bacia ao longo dos próximos 15 anos e para a implementação de 38 “programas” – 19 socioambientais e 19 socioeconômicos.

              Durante a cerimônia de assinatura do acordo, a presidente Dilma Rousseff afirmou que serão tomados dois tipos de medidas. 

"De um lado, há medidas de curto prazo 
para reparação dos danos a pessoas 
e à restauração da vida da população 
atingida que não pode esperar. 
De outro, daremos início à execução de medidas 
de médio e longo prazos assumidas 
com obrigações para completa recuperação social, 
econômica e ambiental das regiões atingidas."

              O ato de assinatura do acordo nesta quarta foi o último do ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, à frente do cargo. 
              Durante a cerimônia, Adams afirmou que o acordo assinado nesta quarta é uma solução "concreta e efetiva" para a tragédia em Mariana-MG.

"É sabido publicamente que estou de saída 
da função e a senhora [presidente Dilma] 
fez questão que eu continuasse no cargo 
para assinar o acordo e devo à senhora isso. 
Tenho um orgulho pessoal. 
Nós temos aqui uma solução concreta 
e efetiva que todos que participaram 
dela crescem e sairão melhores com ela.”

"Este acordo não foi um acordo fácil 
e as empresas e os empresários tiveram 
uma participação fundamental. [...] 
E este acordo é um símbolo para o Brasil 
que é possível enfrentar uma tragédia, 
a maior tragédia ambiental que este país já teve"
              Completou.

              Após a fala de Adams, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse reconhecer que as equipes técnicas das empresas e dos órgãos públicos se dedicaram a formatar o acordo. 
              Ela afirmou que os resultados serão alcançados independente dos governos e declarou que a sociedade vai fiscalizar o processo.

"A solução não é para ninguém esquecer o problema. 
É para saber que tem solução para o problema. 
Será um período de retomada da credibilidade 
para que cada cidadão tenha seu Doce 
com qualidade ambiental e qualidade de vida"
              Acrescentou.

              Ao se dirigir a Adams, que está de saída do governo, Izabella o agradeceu por ter suportado as "críticas nada discretas" e construído soluções. 

"E aguarde que eu irei atrás de você"
              Completou, rendendo aplausos da plateia ao ministro da AGU.

              Em seu pronunciamento, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, disse que o ato assinado nesta quarta "não é um acordo", mas um “termo de compromisso” para a revitalização do Rio Doce. 

“É um passo importante de uma caminhada. […] 
Mas andamos pouco. 
Acho que só vamos ter capacidade de avaliar 
a qualidade dessa caminhada é daqui a um, 
dois, três, dez anos"
              Disse Hartung.

"É devolver a tranquilidade ao entorno de Mariana 
e ter um Rio Doce muito melhor do que a bacia 
estava no momento do desastre gravíssimo, 
o maior acidente ambiental da história do Brasil. 
Ainda vamos ter que ralar muito. [...] 
E eu não celebro este momento"
              Concluiu.

              Ao discursar na cerimônia, Leonardo Deptulski, prefeito de Colatina-ES, uma das cidades atingidas pela lama da barragem, ressaltou a capacidade de, no prazo “curtíssimo”, se chegar ao acordo que permitirá resolver o que ele classificou de problema “gravíssimo” relacionado ao Rio Doce. 

“E que a nossa decisão firme de implantar 
o plano seja a melhor resposta 
para os problemas que tivemos”
              Disse.














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