GUIAS

sábado, 23 de abril de 2016

BRASÍLIA-DF - Mulher com estágio avançado de câncer se casa na capela de hospital

Moradora do DF, ex-fotógrafa teve metástase 
após doença no colo do útero.

Filha do casal, que está junto há 18 anos, 
foi daminha e levou as alianças.


              Em estado grave após sofrer metástase de um câncer de colo de útero, a ex-fotógrafa Lidiane Regina Viana dos Santos realizou nesta Sexta-feira (160422) o sonho de se casar com o namorado na capela do Hospital Universitário de Brasília - HUB

              O casal tem 18 anos de relacionamento e uma filha de 4 anos. A cerimônia só foi possível graças à ajuda de uma associação de voluntárias, que conseguiu doação do vestido, do bolo, do buquê e dos registros em imagens.

              O noivo, o agente de reintegração social Edgard Bezerra, conta que a data havia sido escolhida há quatro meses. 

“Planejávamos nosso casamento no civil em um cartório de Sobradinho, mas, por consequências do destino, tivemos de fazer no hospital. Gostei muito da parceria com o pessoal do HUB. Como a Lidiane não tinha condições de sair, a equipe médica que a está atendendo não deixou ela desanimar nem desistir do sonho dela.”

              A celebração durou poucos minutos. Familiares, amigos e as voluntárias acompanharam o “sim” dos noivos. Lidiane precisou ficar o tempo todo sentada. Como o tumor se irradiou para o pulmão e o estômago, ela sente muitas dores, acumula água nos órgãos e depende de equipamentos para respirar. A situação fica pior quando ela está em um ambiente com muitas pessoas.

              A filha do casal – a ex-fotógrafa tem 32 anos e Bezerra, 39 – foi a daminha de honra e levou as alianças. O agente de reintegração social conta que a mulher ficou feliz com o evento. 

“Ela falou que não tem palavras 
para retribuir tudo o que foi feito por ela.” 


              Representante da Associação de Voluntárias do HUB, Márcia Bernardes diz ter se emocionado com o casamento. Foi a primeira vez que a entidade realizou um evento do tipo. Em geral, as mulheres se reúnem para promover chás de bebês e formar enxovais. Elas também fazem bazares e ajudam na compra de remédios.

“Agimos com o objetivo único de levar apoio emocional, muitas vezes também material, 
aos pacientes e familiares”
              Explica. 

“Conheci a Lidiane nesta sexta, no quarto, porque tive o prazer de levar os buquês para escolher qual dos dois ela queria. Antes do casamento já dei um abraço nela.”

“Para a nossa associação, o fato de ter colaborado com esse casamento foi um momento único. Nós somos tipo uma fábrica de sonhos. Quando a gente vê um paciente muito grave, terminal, tudo o que eles pedem, que o hospital libera, nós fazemos”
              Completa.


A união
              O agente de reintegração social, que trabalha em um abrigo para menores infratores, conta ter conhecido a mulher em uma festa em Ceilândia Norte

              Foi amor à primeira vista, e Bezerra passou um ano tentando convencer os sogros a autorizarem o namoro.

              A doença foi descoberta em novembro. Lidiane passou uma semana internada até começar o tratamento. 

              Foram 5 sessões de quimioterapia, 25 de radioterapia e 4 braquiterapia (uma espécie de radioterapia interna). 

              Ela não pôde operar. O tumor é considerado raro.

              Na última terça, Bezerra foi chamado pelo hospital para receber mais informações sobre o quadro da ex-fotógrafa. 

“Pediram para a gente estar preparado para tudo, tanto para uma vitória quanto para a perda da Lidiane. 
Foram muito sinceros conosco. 
Falaram com o máximo de cautela, 
porque é muito difícil de dar essa notícia para a família. 
Mas foram muito humanos.”

              O homem conta ter esperança de que ela se cure e afirma que a mulher tem consciência da gravidade do quadro. O casal se vê todos os dias, durante as visitas, e sonha com um segundo filho e um apartamento próprio. 

              Bezerra conta que faz questão de também levar a sogra e a cunhada para visitar Lidiane.

“Em casa, saudade é grande. É muito triste ir lá, vê-la e não poder trazê-la comigo. No dia de hoje estou um pouco mais confortado, mas por outro lado um pouco vazio, sabendo o tamanho perigo que é essa doença. 


Geovanna pergunta constantemente, 
fala com saudade da mãe. Agora há pouco ela falou: 
‘né, pai, quando minha mãe desinchar as pernas, 
o doutor Augusto [médico] vai deixar ela vir para casa’. 
É muito triste uma notícia dessa, você com uma criança tão pequena e apegada com a mãe”
              Conclui.


              Com Informações de: G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Respeite opiniões! Identifique-se com Nome e Localidade!
Obrigado.