GUIAS

quarta-feira, 1 de junho de 2016

UBERABA-MG - Cartilha contra ideologia de gênero em escolas gera críticas a vereador

Professores em Uberaba dizem que conteúdo
 incita machismo e homofobia.
Político diz que é estímulo 
a denúncias de desobediência da lei aprovada.


              Com o objetivo de orientar pais e estudantes sobre a proibição das discussões de ideologias de gênero em escolas de Uberaba-MG, uma cartilha elaborada pelo vereador Samuel Pereira tem gerado insatisfação popular, principalmente entre profissionais da educação. 

              Na capa, o material explicita a frase “Ideologia de Gênero – Entenda o risco que você e seus filhos estavam correndo”.

              A estratégia visa disseminar o que dita a lei orgânica do Município 083/2015, aprovada unanimemente em segundo turno, em novembro. 

              A aprovação em primeiro turno, no dia 21 de outubro, ocorreu mesmo com o parecer de inconstitucionalidade da Comissão de Justiça, Legislação e Redação da Casa, que foi derrubado pelos parlamentares.

              A assistente social e mestra em Serviço Social, Ana Carolina Ros, compartilhou imagens da cartilha em rede social questionando a interferência do conteúdo na liberdade individual dos estudantes em um período de formação do senso crítico. 

              Ela, juntamente com a professora e mestra em educação Larissa Martins, defendem a ideia de o material ser uma “estratégia de campanha eleitoral”.

“A cartilha representa uma afronta 
aos Direitos Humanos e à diversidade, 
tanto sexual quanto de gênero.
 
Ela divulga uma emenda de lei aprovada 
na Câmara Municipal que foi, inclusive, 
considerada inconstitucional pela Comissão de Justiça, Legislação e Redação da Casa. 

A Lei citada no panfleto partidário é absurda, 
pois é contra os Direitos Humanos da liberdade 
de expressão e opinião. 


Educadores e alunos têm o direito de estabelecer relações educativas sobre qualquer temática para, 
assim, formar seus próprios posicionamentos 
e visões de mundo”
              Argumentou.

              De acordo com o autor do projeto a lei, a distribuição da cartilha ocorre desde o fim de maio e visa combater a desobediência da lei em escolas. 


“Eu fiz poucas (cartilhas) e estamos entregando 
a alguns pais para orientá-los, 
pois eles não sabem o que é ideologia de gênero 
e nem que o projeto foi aprovado. 
A informação que chegou até nosso gabinete 
é de que tem algumas escolas aplicando 
a ideologia de gênero, 
mas não conseguimos identificar quais são. 
Estamos orientando os pais para que ajudem a fiscalizar”
              Disse o parlamentar.

              A jornalista Thereza Cristina compartilha da opinião das educadoras. 

              Ela destaca, ainda, que o material representa retrocesso em um período em que assuntos tratados como padrões comportamentais e sociais são discutidos visando a diversidade e o respeito. 

“A cartilha representa uma afronta 
à evolução da sociedade brasileira, 
que apesar de todo o preconceito, homofobia, 
machismo, misoginia, racismo, enfim, 
todo tipo de preconceito teve um avanço nas leis, discussões neste sentido. 
É um retrocesso claro, que não só o vereador Samuel impõe à nossa sociedade, como também toda a bancada evangélica, ruralista e da bala no âmbito nacional”
              Argumentou.

Proposta educativa
              O político afirmou que a elaboração do projeto ocorria desde o início de 2016 e que todo o processo de definir desenhos e frase visa somente educar a população de acordo com a lei em vigência no município.

“Os ativistas e LGBTs têm a forma de expressar 
e analisar, mas a cartilha mostra que não é feita 
para bater de frente, 
ela é feita para orientar os pais e mães. 

Questionamentos são normais em redes sociais, 
telefones e até no gabinete isso já ocorreu. 
Não tem mais discussões sobre o assunto, 
pois já foi aprovada a lei. 

Não estamos discutindo a parte homossexual, 
estamos mostrando que a ideologia de gênero 
nas escolas não deve ser aplicada”
              Afirmou.


Extinção da cartilha
              Para a jornalista Tereza Cristina o material, assim como a lei municipal, inibe a liberdade de expressão individual. Ela acredita que a fase que antecede a vida adulta é propícia para que uma educação não discriminatória seja exercida, além de minimizar os problemas impostos cultural e socialmente.

“Uma criança tem o direito de discutir isto 
(liberdade de expressão) para não discriminar ninguém, e um menino que sente menina, e vice-versa, 
tem o direito de escolher ser o que quer. 
E somente através de orientação este processo 
vai ser mais suave. 
É um meio de levar o cidadão ao que todos buscamos: 
a felicidade, independente do que a sociedade 
‘estipula’ pra ele/ela”
              Destacou. 

              Ainda na opinião de Ana Carolina e Larissa, o material tende a estimular a segregação e contribuir para o desrespeito e ódio a toda e qualquer diversidade. 

              Tais argumentos sustentam a opinião de que a cartilha deve ser extinta. 

“A não divulgação deste material evita que o preconceito e a violência se propaguem ainda mais. 
Esta cartilha afronta as diferenças de gêneros, 
que devem ser respeitadas, dado o princípio constitucional da individualidade. 

Este material pode construir uma geração de ódio 
e desrespeito para o futuro da cidade, 
contrariando o desenvolvimento que vem ocorrendo mundialmente pelo fim da homofobia 
e da violência contra a mulher”
              Ponderaram.

              Com Informações de: G1.

2 comentários:

  1. Gostei da atitude do Vereador Samuel.

    O melhor exemplo de que sua atitude foi acertada é a exposição da matérias neste blog, totalmente contrária à cartilha.
    NÃO EXISTE DEMOCRACIA OU PLURALIDADE QUANDO A OUTRA PARTE NÃO É OUVIDA.

    Dizer que qualquer animal, inclusive humano, não nasce com sexo definido fere a biologia, a lógica e a ética, qualquer que seja o desejo do animal, seus cromossomos definirão sempre o mesmo sexo: XY e XX, não há decreto que mude tal verdade.

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  2. Você observou a besteira que disse?
    Deve ser por isso que fez um comentário no anonimato.
    Este Site apenas transcreveu o que foi dito na matéria do G1, sem dar nenhum palpite ou mudar uma letra do texto, e como pode ver, se prestar mais atenção, o link da matéria está inserida em um link no final do texto, mas você deve ser um dos unaienses críticos que pensa que me atingirá com seus comentários contraditórios, mas não. E da próxima vez lembra de inserir nome e cidade para poder ler o que comentar. VC é o autor de quatro comentários anônimos que só publiquei porque me interessa! Da proxima vez que comentar anonimamente, não irá ser publicada!

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