GUIAS

domingo, 17 de novembro de 2013

Caso do menino Joaquim Pontes - VI - Menino Joaquim não ia a escola há uma semana, diz direção de colégio

O Caso da Morte do menino Joaquim Pontes
Passo-a-passo

VI
Ribeirão Preto - 131108
Menino Joaquim não ia a escola há uma semana, 
diz direção de colégio


Criança de 3 anos passava por adaptação após diagnóstico de diabetes.
'Nunca se queixou da mãe e do padrasto', diz assessora de direção.

               O menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desaparecido há três dias em Ribeirão Preto-SP, não frequentava a escola há uma semana, segundo a assessora de direção do Colégio Lacordaire, onde ele estuda há quatro meses. Ivete Souza Morandini disse nesta sexta-feira (131108) que a criança precisou se ausentar das atividades por causa do diabetes – doença que foi descoberta em setembro deste ano pela família. Ela afirmou ainda que, apesar de pouco tempo na instituição, Joaquim é muito querido por todos e que ele nunca se queixou sobre a mãe e sobre o padrasto.

               Joaquim desapareceu na madrugada de terça-feira (131105) de dentro da casa onde vive com a mãe, Natália Ponte, e o padrasto, Guilherme Longo, no bairro Jardim Independência. O casal, que segundo o delegado responsável pelo caso, apresentou divergências nos depoimentos, teve o pedido de prisão temporária negado na quinta-feira (131107) pela Justiça. 

               Em entrevista, a assessora de direção da escola contou que Joaquim foi matriculado no início de agosto, quando a família da mãe se mudou de São Joaquim da Barra-SP para Ribeirão Preto. 

“Ele está conosco há pouco tempo, mas já é muito querido. 
O Joaquim se adaptou muito rápido, 
é um menino muito esperto e inteligente”, 
contou.

               Segundo Ivete, Joaquim não frequentava a escola desde o dia 29 de outubro, uma semana antes de desaparecer, por causa da adaptação da nova rotina após ser diagnosticado com diabetes, no final de setembro. 

“A mãe disse que ele estava precisando de insulina com frequência e achou melhor deixá-lo em casa por uns dias para fazer esse controle”, 
disse.

               A assessora afirmou que até o fim de setembro, Joaquim nunca havia dado sinais de que estava doente. 
“Ele frequentou agosto e setembro e no último dia (30 de setembro), participou de uma festinha de aniversário e outras atividades na escola. 
Em nenhum momento nós ficamos sabendo de qualquer problema de saúde. Ele estava bem”, 
comentou.

               No mesmo dia, Joaquim foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo - UTI, do Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto, onde passou por exames e recebeu o diagnóstico de diabetes tipo 1. Segundo o pai do menino, o produtor de eventos Arthur Paes, Joaquim precisou ficar internado por alguns dias para receber cuidados e as doses diárias de insulina para manter os níveis de glicose no sangue dentro do normal. Sua rotina, no entanto, foi completamente alterada e ele passou a receber doses de insulina de 6 em 6 horas, de acordo com Paes. Neste período, o produtor de eventos afirma que visitou o menino várias vezes.

               De acordo com Ivete, a diretora e a professora de Joaquim ligavam com frequência para ter notícias do estado de saúde dele. 
“A mãe nos disse que ele precisou ficar internado, 
porque tinha passado mal, mas estava melhorando”, 
diz. 
               Depois de algumas semanas, o menino voltou à escola já com a rotina alterada. 
“Ficamos atentas à alimentação dele e observamos as reações, 
mas nunca teve nenhum problema aqui no colégio”, 
afirma.

               Na semana anterior ao sumiço, Joaquim estava sonolento e a professora ligou para a mãe para avisá-la sobre o comportamento. 

“Sabíamos que era um sintoma do diabetes. 
Ligamos e a mãe veio buscar”, 
conta. 
               Desde então, a criança não retornou à escola.

Relação
               A assessora de direção da escola conta que os profissionais envolvidos com Joaquim nunca observaram nenhum comportamento diferente entre Joaquim, a mãe e o padrasto. O menino, segundo ela, também não fazia queixas contra o casal. 
“Nunca observamos nada de anormal. 
Eles são uma família normal e nunca existiu nenhuma situação que chamasse a nossa atenção. 
A relação dele com a mãe e o padrasto era muito tranquila”, 
conta.

               Segundo ela, Natália era quem na maioria das vezes levava e buscava o filho na escola.

               Desde que Joaquim desapareceu, Ivete conta que o clima na escola não é dos melhores. 
“Está muito difícil para nós. 
Estamos tentando preservar os coleguinhas. 
A professora está muito triste e estamos sentindo muito a falta dele, 
apesar de estar conosco há pouco tempo. 
Torcemos para que ele apareça logo. 
Nossa esperança se renova a cada dia.”

O caso
               Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira, de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento à polícia, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7 hs, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético.

               Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite. 

               Longo, que admitiu ser dependente químico, contou que nas últimas semanas teve uma recaída e que chegou a sair de casa na madrugada em que Joaquim desapareceu para ir atrás de drogas. Ele disse que deixou a porta aberta ao sair, mas que voltou rápido porque não encontrou o que procurava. 
“Quando voltei, cheguei em casa e fui dormir. 
Esqueci a porta aberta. 
Nesse período eu não fui no quarto do Joaquim. 
Fui direto para a minha cama", 
afirmou.

               O padrasto que teve a prisão temporária pedida junto com a mãe pelo delegado negou que a dependência pudesse oferecer riscos ao menino e às outras pessoas com quem convive. 
"Isso [vício] nunca fez eu mudar meu comportamento 
com as pessoas que eu amo. 
Algumas vezes eu já até entreguei coisas minhas, 
mas eu nunca machuquei ninguém. 
Eu sou incapaz de fazer isso. 
O Joaquim, principalmente, eu amava esse menino", 
disse.

               O tio de Joaquim, Flávio Paes, que desde terça-feira acompanha os trabalhos da polícia ao lado do irmão Arthur em Ribeirão Preto, afirmou que o casal trata o desaparecimento com descaso. 

“Eu acho muito estranho eles dizerem que estão preocupados, 
mas não aparecerem por aqui [na delegacia]. 
Eles só vêm aqui porque a polícia manda. 
A gente não dorme e eles estão em casa descansando”, 
afirmou.



Caso do menino Joaquim Pontes - V - Tio de menino desaparecido diz que mãe e padrasto agem com descaso

O Caso da Morte do menino Joaquim Pontes
Passo-a-passo

V
Ribeirão Preto - 131107
Tio de menino desaparecido diz que mãe e padrasto agem com descaso

'Estão descansando', diz Felipe Paes sobre Justiça negar prisão do casal.
Bombeiros encerram buscas até novos indícios sobre caso em Ribeirão, SP.


              Visivelmente cansados, o pai e o tio do menino Joaquim Ponte Marques, desaparecido há três dias em Ribeirão Preto-SP, prestaram novos depoimentos na manhã desta sexta-feira (131108) na Delegacia de Investigações Gerais - DIG. Ao chegarem ao local, o tio, Felipe Paes, criticou a ex-cunhada e o atual marido dela, os últimos a terem contato com o garoto, afirmando que ambos não estão colaborando com o caso.

“Eu acho muito estranho eles dizerem que estão preocupados, 
mas não aparecerem por aqui [na delegacia]. 
Eles só vêm aqui porque a polícia manda. 
A gente não dorme e eles estão em casa descansando”, 
afirmou. 

              A mãe do garoto, Natália Ponte, e o padrasto, Guilherme Longo, tiveram o pedido de prisão temporária negado pela Justiça na tarde de quinta-feira (131107) e permanecem na casa da família, de onde o garoto de 3 anos desapareceu misteriosamente, na madrugada de terça-feira (131105). O Corpo de Bombeiros informou que as buscas pela criança foram encerradas, até o surgimento de novos indícios sobre o caso. Na quinta-feira, equipes passaram o dia todo no Rio Pardo à procura de pistas.

              Ainda na quinta-feira, Felipe criticou a decisão da juíza da 2ª Vara Criminal de Ribeirão, Isabel Cristina Alonso dos Santos, que negou o pedido de prisão, alegando que o casal colabora com as investigações e não oferece risco de fuga. 
“A gente está há três dias em frente ao DP [Distrito Policial] 
esperando uma juíza decretar a prisão. 
Não, não dá a prisão. 
O cara [padrasto] está dormindo, na casa dele. 
É certo isso?”, 
disse o tio do menino.

              Felipe e o irmão, o produtor de eventos Arthur Paes, pai de Joaquim, moram em São Paulo e estão hospedados em um hotel próximo à delegacia desde terça-feira, quando receberam a notícia do sumiço do garoto. Ao contrário do discurso amistoso dos últimos dias, Arthur disse que também não concordou com a decisão da juíza, de negar a prisão temporária de Natália e Longo.

"Eu não concordo, 
meu filho está sumido há três dias, não tenho resposta. 
O menino precisa de tratamento médico, 
precisa de ajuda e ninguém ajuda, ninguém fala nada. 
Não estou acusando ninguém, eu só quero uma resposta. 
Eu preciso saber o que está acontecendo", 
afirmou o pai do menino, visivelmente emocionado.

              Arthur afirmou que está tomando calmantes, mas tem conseguido dormir, em média, apenas duas horas por noite. Na madrugada de quarta-feira (131106), ele disse ter percorrido as principais ruas do Centro da cidade, entregando panfletos com informações e foto do filho. A ação se repetiu durante todo o dia em frente à delegacia, mesmo embaixo de chuva.

"Eu estou perdido. Eu quero uma resposta, eu preciso de uma resposta. 
Ou a juíza, sei lá, manda para a Dilma [Rousseff
alguém precisa me ajudar, o governador de São Paulo. 
O que eu não posso é ficar três dias plantado na porta de uma delegacia 
sem saber do meu filho", 
disse o pai do menino.

O caso
              Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira, de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7 hs, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético.

              Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.

              Também em depoimento, segundo a polícia, o padrasto do menino, Guilherme Longo, teria contado que colocou o menino para dormir por volta de meia-noite e, durante a madrugada, saiu para comprar drogas, mas não encontrou quem fornecesse e retornou para casa.

              O casal prestou esclarecimentos diariamente desde a última terça-feira. Segundo o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, ainda há contradições nas declarações de ambos e uma suposta testemunha deve ser ouvida na tarde desta sexta-feira. Ele não informou, porém, a relação dessa pessoa com a família.

Boa relação
              Principais suspeitos pelo desaparecimento de Joaquim, o padrasto, Guilherme Longo, e a mãe do menino, Natália Ponte, negam qualquer tipo de participação no caso. Longo chegou a descrever sua relação com o garoto como perfeita. 
"Eu o amo muito para fazer qualquer coisa."

              Apesar de admitir a dependência química e confirmar que na madrugada em que o garoto desapareceu, ele havia saído para comprar drogas, Longo disse também que o vício nunca interferiu no relacionamento entre ele e Joaquim.

"Era uma convivência de pai e filho. 
Nunca tentei tomar o lugar do pai dele. 
Inclusive, ele vem dentro de casa, 
é um cara muito bem vindo e sempre foi, 
só que eu fazia o papel de pai para o Joaquim", 
disse o padrasto em entrevista nesta quinta-feira, na casa da família.

              Sobre o sumiço do filho, Natália também reafirmou que estava dormindo na madrugada do desaparecimento e disse não encontrar explicações para o fato. 
"Aconteceu o que aconteceu, não sei te falar como. 
Infelizmente o Joaquim não está aqui agora com a gente. 
A gente não sabe se alguém entrou aqui, se ele saiu andando. 
Estamos esperando as investigações para ver o que acontece."




Caso do menino Joaquim Pontes - IV - Cão da PM indica que menino e padrasto seguiram juntos até córrego

O Caso da Morte do menino Joaquim Pontes
Passo-a-passo

IV
Ribeirão Preto - 131106
Cão da PM indica que menino e padrasto seguiram juntos até córrego

              Animal refez mesmo percurso ao farejar roupas de Joaquim e do rapaz. Garoto, de 3 anos, sumiu de dentro da casa da mãe em Ribeirão Preto, SP. fareja pistas que podem levar ao paradeiro do menino Joaquim


              Um cão treinado pelo Canil da Polícia Militar de Ribeirão Preto-SP, farejou pistas sobre o suposto envolvimento de Guilherme Raimo Longo no desaparecimento de seu enteado Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em Ribeirão Preto-SP. Em buscas realizadas nesta quarta-feira (131106) nas proximidades da casa onde a criança vive com a mãe e o padrasto, o animal apontou que o menino e o rapaz fizeram o mesmo percurso do imóvel até um córrego na região.

              Joaquim está desaparecido desde a madrugada de terça-feira (131105). O padrasto e a mãe da criança, a psicóloga Natália Mingone Ponte, tiveram a prisão temporária pedida pela Polícia Civil. Eles prestaram depoimentos durante todo o dia na Delegacia de Investigações Gerais - DIG.

              De acordo com o sargento da PM Ary Gavazzi, supervisor do canil policial, quando farejou as roupas do padrasto, o cachorro chamado Apache saiu da casa da família no bairro Jardim Independência, andou pela rua, parou em alguns pontos da calçada e seguiu às margens do córrego até parar em um determinado ponto. Segundo Gavazzi, o cão refez exatamente o mesmo percurso, incluindo as paradas na calçada, quando cheirou as roupas pertencentes a Joaquim. "Após sentir o odor da roupa do padrasto, o cão fez exatamente o mesmo trajeto. Isso quer dizer que a probabilidade de ele ter feito esse caminho com a criança é grande", disse o sargento.

              O animal também farejou as roupas da mãe, Natália Mingone Ponte, mas realizou um trajeto diferente, limitado aos arredores da casa da família, informou Gavazzi. "Com o odor das roupas da mãe, a resposta do cachorro não foi a mesma. Esse caminho, da casa até as imediações do córrego, a mãe não fez", afirmou o policial.

              Além da busca com o cão farejador, nesta quarta-feira (131106) as investigações contaram com o trabalho da Polícia Científica na casa de Joaquim em busca de provas periciais sobre o desaparecimento. No mesmo dia, a Delegacia de Investigações Gerais - DIG, ouviu as versões de Natália e Longo sobre o caso - que segundo a polícia são contraditórias - e requereu à Justiça a prisão temporária do casal. O pedido não tinha sido aprovado até a publicação desta matéria. 
"Não há um prazo prefixado para que decretem ou não. 
O pedido é para auxiliar nas investigações. 
Suspeita a gente não descarta nenhuma, 
por isso esse pedido de prisão", 
disse o delegado Paulo Henrique Martins de Castro.

Desaparecimento
              Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira, de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7 hs, para aplicar uma dose de insulina.

              Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.

              Também em depoimento, o padrasto do menino, Guilherme Longo, teria contado aos policiais que colocou o menino para dormir por volta de meia-noite e, durante a madrugada, saiu para comprar drogas, mas não encontrou quem fornecesse e retornou para casa.

              O pai do garoto, Arthur Paes, disse que ficou surpreso com o pedido de prisão temporária da ex-mulher e do atual marido dela. 

“Nunca desconfiei de nada. 
O relacionamento entre eles sempre foi tranquilo”

              Paes passou o dia todo em frente à delegacia entregando fotos e panfletos em busca de pistas sobre o paradeiro do filho. 
“Eu andei Ribeirão Preto inteiro a pé. 
Sou de São Paulo, não sou daqui, não conheço nada. 
Fui com a cara e com a coragem, por isso acho que vou achar meu filho. 
Eu tenho esperança em encontrar meu filho, sei que vou ver ele vivo”, 
diz o produtor de eventos.