PM estima que mais de 70 automóveis participem do movimento
Distribuição de vouchers para visitação à Taça da Copa foi suspensa
Moradores de condomínios do Jardim Botânico que estão em processo de regularização bloquearam durante 15 minutos o trânsito na Ponte JK, que liga o Lago Sul à área central de Brasília, durante uma carreata na manhã desta quarta-feira (140528). Entre as reivindicações do grupo estão a duplicação da DF-001, que liga o local ao Paranoá e o fim das derrubadas das casas na região.
De lá, os manifestantes passaram pela Esplanada dos Ministérios e seguiram até o Palácio do Buriti, ocupando duas faixas. Eles gritaram que não querem ser tratados como grileiros e que também pagam impostos. Um homem em um carro de som chegou a criticar os gastos com a Copa do Mundo, dizendo que o dinheiro poderia ter sido melhor investido.
A Polícia Militar estima que mais de 70 automóveis tenham participado do ato. O protesto começou por volta de 8 hs, na região dos condomínios. Os manifestantes já haviam combinado a carreata com a PM. A corporação acompanhou a movimentação, que até as 11 hs não registrou incidentes. O objetivo era evitar maiores prejuízos ao trânsito.
Por causa da manifestação, a organização do Tour da Taça da Copa do Mundo suspendeu a distribuição de vouchers para o evento, que ocorre no estacionamento do Estádio Nacional. Apenas pessoas que já tinham feito agendamento estão autorizadas a entrar na área onde o troféu está exposto. A segurança na região foi reforçada.
Nesta terça, as visitas também foram canceladas depois que manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar durante um protesto contra o Mundial. Responsável pela exposição, a Coca-Cola classificou as manifestações como parte do "processo democrático", mas lamentou que o protesto tenha impedido que centenas de pessoas conseguissem visitar a taça.
Manifestação
A 16 dias da abertura da Copa do Mundo, integrantes de movimentos sociais que criticam os gastos públicos com o evento, indígenas contrários a mudanças nas regras para demarcação de terras e familiares do auxiliar de serviços gerais que sumiu há um ano após abordagem policial se juntaram em uma manifestação no Eixo Monumental. O grupo entrou em confronto com a PM, que usou gás lacrimogêneo para conter o avanço em direção ao estádio.
Um cabo da cavalaria foi ferido por uma flecha durante o ato. O policial foi atendido pela ambulância do Samu e passa bem, segundo a corporação. Apesar de ter sido flagrado, o índio que disparou a flecha não foi preso, informou a Polícia Militar.
Conforme a assessoria da Funai, desde 1988 os índios são responsáveis pelos seus atos e podem ser presos pela PM. A única restrição é com relação à prisão dentro de aldeia, que exige a presença da Polícia Federal, segundo a assessoria.
O protesto durou cerca de duas horas e reuniu 2,5 mil pessoas na área central da cidade. O trânsito ficou congestionado na região, atingindo 27 quilômetros de engarrafamento. O tráfego precisou ser desviado para a W3 Norte.