A pesquisa é antiga,
mas se você nunca ouviu falar,
essa é uma boa hora para conhecer melhor a história.
Em 2001, dois cientistas, John C. Holliday e Noah Soule, afirmaram ter descoberto uma espécie de fungo, que teria cerca de 600 mil anos, de uma cor laranja e brilhante, capaz de induzir orgasmos nas mulheres apenas pelo cheiro.
O estudo foi publicado pela revista Journal of Medicinal Mushrooms, após realizarem alguns pequenos testes em 16 voluntárias.
Seis delas afirmaram chegar ao clímax, já as outras 10 afirmaram ter reações fisiológicas perceptíveis.
O teste também foi feito com homens, entre os 20 entrevistados, nenhum deles afirmou sentir coisa alguma, apenas um aroma insuportável.
No entanto, e antes que você comece a ficar muito animado, não existe nenhuma prova contundente de que esse misterioso cogumelo faça qualquer coisa do tipo.
Isso porque o estudo observacional feito foi muito superficialmente, e envolvia apenas uma amostra muito pequena.
De acordo com o site Science Alert, os cientistas tinham sido alertados sobre os rumores do cheiro do poderoso cogumelo, do gênero Dictyophora, que desde então fora renomeado como Phallus, e que é particularmente difícil de ser encontrado: eles crescem apenas em fluxos de lavas de 600 a 1.000 anos de idade.
Sendo assim, a dupla realizou o experimento, que à época, havia sido publicado pela revista International Journal of Medicinal Mushrooms e relatava o seguinte:
“Na verdade, quase metade das mulheres
experimentou orgasmos espontâneos,
enquanto cheiravam o cogumelo.
Estes resultados sugerem que os compostos,
semelhantes a hormônios,
presentes na porção volátil da massa de esporos,
podem ter alguma semelhança
com neurotransmissores humanos
liberados durante uma relação sexual.”
Ainda de acordo com Science Alert, existem muitos problemas com essa constatação, isso porque os testes foram realizados em um número muito pequeno de pessoas, além disso, o tamanho da amostra do cogumelo era muito pequeno para provar alguma coisa.
Outro problema verificado é que o cogumelo causou um aumento de frequência cardíaca nas mulheres – que por si só não configura um orgasmo, ou seja, os cientistas fizeram pouco para comprovar os “orgasmos” relatados.
Também, os resultados de uma pesquisa não podem ser vistos como definitivos, já que eles podem possuir efeitos diferentes em conjuntos de pessoas sob diferentes condições, além do mais, não existe nenhuma evidência cientifica que comprove que um orgasmo possa ser induzido apenas por um “perfume”.
Uma possível explicação para a história do cogumelo, é que a espécie, encontrada nas regiões tropicais do sul da Ásia, África, Américas e Austrália, pode ser um afrodisíaco feminino cultuado através de uma tradição havaiana, conhecido como “Mamalo o Wahine” (cogumelo das mulheres) e tem o seu uso registrado na medicina chinesa desde o século 7 d.C. Sendo assim, as mulheres talvez possam ter sido influenciadas pela reputação do fungo, ou até mesmo por sua “forma sugestiva” combinadas com o ambiente artificial de um estudo médico.
O fato é que, provavelmente as pessoas nunca saberão, já que a ciência nunca publicou estudos definitivos que comprovem a relação de algum cheiro com o desencadeamento de orgasmos, sendo assim, não fique muito animado.