Você já percebeu que a marca registrada da vaidade,
ora é a inveja,
ora é o poder,
ora é o orgulho?
Além disso, outras são as causas de disputas, guerras e violência entre os homens, como por exemplo, a cobiça, o preconceito, a glória para si, etc. Todos, porém, derivados de um pecadinho matriz, muito antigo, ignorado pela igreja do século 21, e difícil de lidar chamado de “orgulho”, o que trataremos neste pequeno estudo, do ponto de vista bíblico, expositivo e contemporâneo.
Então, desejo a todos uma boa leitura, e ótima reflexão!
O orgulho de Miriã, (Números 12)
Este pecado afligiu a vida de Miriã, a irmã de Moisés, a qual, buscando “politicamente” o apoio de Arão, passou a blasfemar e a levantar contendas contra o próprio irmão Moisés, profeta de Deus, talvez pela inveja, ou mesmo pelo orgulho de também ser “profetisa”.
Ora, a Bíblia narra que o comportamento de Moisés era de simplicidade e mansidão. Ele chegou a ser considerado o homem mais manso da terra (Nm. 12:3).
Arão foi repreendido com advertência considerada leve, Miriã, porém, teve que ficar sete dias de isolamento com a lepra.
Sobre isso Calvino comentou:
“Ela e Arão estavam orgulhosos
por possuírem o dom de profecia,
que deveria, a princípio ser estimulado neles a humildade.
Mas, tal é a depravação da natureza humana,
que não somente interpretaram mal
os dons de Deus concedidos a Moisés,
a quem estavam esnobando, como, também,
por meio de uma glorificação pecaminosa e profana,
enalteceram de tal maneira seus próprios dons,
que encobriram totalmente o Autor dos dons”.
Ainda bem que Deus teve misericórdia de Miriã, e, depois de disciplinada severamente pelo Pai, voltou para a família refletindo muito bem sobre o que fizera com os seus dons, língua e pensamentos.
Será que estamos blasfemando contra os nossos irmãos e amigos cristãos, levantando contendas e articulando inimizades políticas e religiosas nas redes sociais,
Dá tempo aqui de lembrar ainda sobre outros dois casos da Bíblia, em que os protagonistas da soberba e do orgulho incontroláveis foram muito bem repreendidos por Deus, para que nós, sabendo das histórias, pudéssemos evitar repeti-las. (será)?
O orgulho de Saul, (I Sm. 15:22-23).
Um destes casos, aconteceu com o Rei Saul, que, apesar de haver sido constituído rei pelo próprio Deus cheio de Santidade, foi vencido por um demônio de estimação, que vivia em sua própria casa, chamado de vaidade.
Em uma de suas guerras, aquela que seria contra os antigos algozes de Israel, os trapaceiros e piratas do deserto, os amalequitas, Saul, deixou de dar glória a Deus ao vencer a guerra.
Em vez disso se ufanou perante todos! Ele estava mais preocupado em construir e promover o seu próprio reino, e pior que isso, um reino sem Deus.
Saul foi advertido diversas vezes por Deus sobre isso, mas definitivamente esquecera que era meramente um agente visível de Deus para o seu povo, e que havia o próprio Deus que o colocara naquela posição.
Esse orgulho compulsivo o levou a total destruição de seu reinado, e até a própria morte. (I Sm. 15:22-23).
A verdade é que o poder corrompe.
Mas, no reino de Deus, os humildes não se corromperam.
Humildade é serviço.
Por isso, reflita:
Você acha que Deus irá usar uma pessoa de forma tão grandiosa se ela ainda não aprendeu a se submeter nas pequenas coisas?
O orgulho de Naamã, (II Reis 5)
Outro protagonista bíblico, sobre o orgulho, você lembra de Naamã? Um guerreiro de alta patente do exército Sírio antigo.
Ele era famoso, altamente respeitado.
Naamã era uma espécie de herói nacional.
Um mito, acostumado a receber grandes aplausos e reverências pelos lugares aonde se apresentava ou passava à distância.
Mas, aí chegou a hora da lição e do tratamento divino acerca daquele orgulho da fama.
Era a hora de trocar todo aquele “tesouro”, o orgulho, por algo absolutamente mais valioso e profundamente mais maravilhoso que toda a fama e riqueza jamais poderia sobrepujar: DEUS.
Porém, para isso era necessário passar por alguns estágios divinos que tratariam o problema do orgulho:
a) A primeira lição para aquele general vaidoso seria reconhecer que um simples bacilo, o “mycobacterium leprae”, era um parasita intracelular que não se vencia a fio de espada, nem com nenhuma outra estratégia de guerra nem confiando nos mais poderosos exércitos, era um inimigo que seriam incapaz de derrotado pela força ou pela mente.
Naamã precisava dessa lição;
b) A segunda lição para Naamã tratar a sua soberba foi ser obrigado a ouvir a uma escrava judia (humilhação ao extremo para aquela época); Ela, uma escrava insignificante, aconselhou o grande general maioral a buscar a cura de sua lepra na casa de um profeta também judeu.
Humm!…
seria necessário “descer” muitos degraus para tanta “humilhação”;
c) A terceira lição para Naamã seria “descer” os degraus dos palácios para pisar no ‘humus’ onde vivia o profeta Eliseu em sua pobre casinha.
Porém, lá, na pobre cabana de Eliseu não foi ovacionado com sempre, e mesmo com toda a sua pompa e arrogância, teve que continuar se submetendo a pessoas, consideradas pela sociedade Síria como “inferiores”.
Pois é, uma outra dura lição;
d) A quarta lição dessa história: O general teve que receber um recadinho do profeta através de um outro, pequeno, anônimo e humilde servo de Eliseu, o que o levaria a ter que aceitar descer mais degraus do que se imaginava.
Naamã esperava muitos paparazzi de plantão, vários celulares por perto para gravar um vídeo de sua cura. Afinal, o profeta, ao vê-lo, logo deveria honrá-lo por obrigação, e de repente, por ser um general forte do império sírio, fazer até descer fogo do céu para limpar a pele dele, mas nada houve, nem platéia tinha.
Tudo o que ele viu e ouviu foi um pobre garoto mandá-lo voltar e tomar um banho num rio que nem limpo era, o rio Jordão;
e) A quinta lição de Naamã para vencer, não a lepra, mas o orgulho (que não deixa de dar uma hanseníase espiritual), foi ter que obedecer a Deus através do profeta, dado ao desespero e aflição de sua doença.
Ele teve que voltar cerca de 30 km de onde viera, até o rio Jordão. Naquele tempo, à cavalo, a viagem levaria cerca de duas horas.
Ao chegar ali seria necessário mergulhar 07 vezes até que a sua pele estivesse limpa;
(infelizmente, o garoto servo de Eliseu, vacilou pela cobiça do dinheiro e acabou mal nesta história ao mentir, que é um outro pecado derivado da vaidade. Confira: II Reis 5).
d) A sexta lição retirada desta história, é que Naamã, ao ser curado, precisava entender que Deus não precisava de tesouros da terra, nem seus profetas.
Ele tentou pagar o feito a Eliseu, oferecendo dinheiro e bens. Mas, Eliseu já tinha todos os tesouros do céu e da terra com ele;
e) A sétima e última lição, a mais importante desta história, é que Naamã, para vencer o orgulho, teve que passar por todas as etapas da “escola da humildade” até conseguir ter a humildade o suficiente para reconhecer que o deus Rimon, a quem ele servia, era “inferior” ao Senhor dos senhores. Naamã teve que dar glória ao ÚNICO DEUS, o Deus de Israel!
A arte da humildade
O Reino de Deus é fundamentado no servir, por isso, os servos (desde a escrava da esposa de Naamã, o jovem Geazi, os servos do general) possuíam algo em comum, o serviço, a arte de exercer a humildade.
Por isso, os servos possuem o entendimento muito mais fácil das coisas espirituais. Eles possuem uma mentalidade humilde que os ricos e poderosos não conseguem compreender.
A humildade tem um poder sobrenatural. Quando um homem soberbo se humilha acontece algo extraordinário no Reino de Deus!
“… Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.”
(Tiago 4:6).
Reflexão
Qual o deus religioso que o tem levado a ser tão orgulhoso de haver recebido o dom de ser um profeta ou uma profetisa de DEUS?
Conclusão
Pois é, o orgulhoso tem a tendência e a carência de sobressair sobre os demais como a estrela de Hollywood, nem que para isso tenha que mudar o “roteiro” bíblico com a ênfase do reino de Deus e da salvação, para outros roteiros (doutrinas) ou modelos menores e sem importância do ponto de vista de Jesus por conta do orgulho holístico ou orgulho religioso ….
Mas, esta fica para o próximo estudo.
Até lá irmãos, e amigos leitores!
Autor: Claudio Santos
Fundador das Missões Adore no Brasil e da Escola do Reino. Com mais de 30 anos de vida cristã, Claudinho, além de pastor, é músico e conferencista.
Tem formação em teologia, missiologia e capelania prisional.
Coordenador das Missões Adore na Amazônia.
#quevenhaoteureino;
#missõesribeirinhas.