Caso teria ocorrido em Bom Despacho,
no Centro-Oeste, no último sábado.
Investigação ouviu a jovem que fez a denúncia
e oito testemunhas.
Após denúncia de uma universitária de 19 anos, a Polícia Civil em Minas Gerais abriu inquérito para investigar suspeita de estupro durante um evento universitário em Bom Despacho-MG, na Região Centro-Oeste do estado.
O caso teria ocorrido no último Sábado (160604) e um boletim de ocorrência foi registrado nesta Quarta-feira (160608), em Belo Horizonte-MG.
Três rapazes – com idades 24 e 25 anos – foram identificados e são considerados suspeitos, de acordo com a delegada Danúbia Quadros, da Divisão Especializada de Atendimento da Mulher, do Idoso e do Portador de Deficiência.
Eles serão chamados para depor e podem ter a prisão pedida no curso da investigação.
“Se for comprovado o crime, podem ter a prisão pedida”
Disse a delegada.
A ocorrência foi registrada como estupro de incapaz.
“Como a vítima trouxe para a polícia a informação de que ela estava desacordada, isso caracteriza estupro de vulnerável. Inclusive, se ficar comprovado o crime, com aumento de pena do concurso de pessoas. A pena é de oito a 15 anos”
Disse a delegada.
De acordo a polícia, a jovem relatou que ficou com um dos rapazes durante uma festa, em que houve consumo de bebida alcoólica, e foi até o quarto dele, que ficava no mesmo local onde ocorreu uma programação de palestras.
“Ela foi para o quarto de um dos rapazes e, muito bêbada, desacordou, desmaiou em virtude da bebida”
Disse a delegada a partir do relato da denunciante.
A jovem também contou à polícia que acordou tempo depois em uma cama de casal com dois rapazes.
O terceiro, com quem havia ficado, também estava no quarto.
“Segundo a vítima,
ela acordou ao sentir o corpo dela sendo virado.
Quando acordou, estavam um rapaz em cima dela sem roupa, outro ao lado de cueca.
E o rapaz que estava ficando, deitado numa beliche”
Relatou a delegada.
Depois disso, um dos rapazes ainda teria tentado agarrá-la, mas, em seguida, os três permitiram que ela saísse do quarto.
A saída foi presenciada por um casal, já ouvido como testemunha. Outras seis pessoas – dentre organizadores e participantes do encontro – foram ouvidas.
A estudante passou por exame de corpo de delito e o resultado é aguardado. A demora em denunciar foi justificada por um trauma na família.
“Uma das pessoas da família dela já foi estuprada,
no passado, há muitos anos.
Ela não queria trazer à tona esta lembrança.
É uma pessoa bem próxima”
Explicou Danúbia Quadros.
Os suspeitos são ex-estudantes da mesma faculdade onde a jovem cursa administração pública em Belo Horizonte-MG, onde reside, e um deles foi palestrante durante o evento, de acordo com a polícia.
A instituição pública de ensino se manifestou por meio de nota e repudiou atos de violência (leia abaixo a nota na íntegra).
Os três suspeitos são formados pela Fundação João Pinheiro e, por isso, são servidores públicos.
"O presidente da Fundação João Pinheiro repudia
quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento
ou equivalentes, praticados contra membros da instituição,
em particular aqueles relacionados aos alunos da Escola
de Governo Paulo Neves de Carvalho.
É com esse espírito que a instituição se manifesta veementemente contrária aos casos de violência e constrangimentos denunciados recentemente,
em relação aos quais já foram iniciados
os procedimentos cabíveis para apoio à vítima.
Os fatos, que envolvem servidores Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental lotados em secretarias do Governo do Estado, já estão sendo apurados pelos órgãos competentes para punição dos envolvidos".
Com Informações de: G1.