Cabo Daciolo lembra que vice assinou também as "pedaladas fiscais"
O deputado Cabo Daciolo é um dos membros da bancada evangélica que mais fala sobre sua fé na tribuna da Câmara. Em maio, foi expulso do PSOL, partido pelo qual se elegeu, por pedir que a Constituição dissesse que “todo poder emana de Deus”.
Sem as amarras partidárias, passou a usar seu tempo para pronunciamentos para enfrentar questões que outros parlamentares preferem se esquivar. Em outubro, pediu que Eduardo Cunha, que se diz evangélico, renunciasse ao cargo “para honra e glória de Jesus”.
No início do mês seguinte fez uma convocação santa, dizendo que o povo brasileiro precisava orar e jejuar pelo país.
“A nação está doente e precisa ser curada…
Haverá uma verdadeira varredura no Congresso”
Decretou, e desafiou os demais deputados evangélicos: “os que estão calados que se posicionem”.
De lá para cá o Brasil tem vivido uma crise política onde ao mesmo tempo, podem perder o cargo o presidente da Câmara e a presidente do país. Hoje (151210), Daciolo protocolou o pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer.
A acusação é que Temer também deve responder pelo crime de responsabilidade. O governo infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal quando assinou decretos de abertura de crédito que resultaram na acusação das “pedaladas fiscais”.
A petição de Daciolo afirma que a participação do vice-presidente foi ativa e não tão-somente omissiva, tendo ele autorizado indevidamente e sem o aval do Congresso Nacional a liberação de créditos suplementares quando ocupou a presidência em ocasiões que Dilma estava viajando.
O parlamentar requereu ainda que seu pedido seja anexado ao pedido do afastamento da presidente Dilma Rousseff, pois as razões são as mesmas.
Até o momento o cabo não explicou se o seu pedido tem a ver com o mover de Deus que ele profetizou que ocorreria no país. A petição foi feita dentro do prazo que Daciolo afirmou que eram necessários para se mudar a nação do ponto de vista espiritual.