Charlotte Hannibal, 19 anos, de Selston, Nottinghamshire, costumava ser uma adolescente saudável até contrair uma bactéria que lhe causou diversos sintomas semelhantes aos de uma gripe.
No entanto, ao procurar os médicos, a jovem recebeu um diagnóstico inesperado. Ela estava com uma infecção generalizada e meningite – meningocócico grupo W – que geralmente atinge jovens adultos.
Hannibal foi hospitalizada por dois meses antes de os médicos decidirem que seria necessário amputar as duas pernas – abaixo do joelho – bem como todos os dedos de sua mão esquerda, em uma tentativa de salvar-lhe a vida.
A infecção surgiu após uma festa que ela tinha dado em casa.
“No sábado, antes de eu ficar doente,
eu estava em casa com meus amigos,
na Segunda-feira, eu saí da aula mais cedo
porque estava me sentindo muito mal”
Disse a ex-estudante de Negócios.
“Pensei que estava começando a ficar gripada,
senti minhas mãos e pés muito frios,
mas, em seguida, meu estômago começou a ‘inchar’.
Eu não sabia, mas meus rins
estavam parando de funcionar”
Acrescentou.
A meningite é uma infecção das membranas protetoras que evolvem o cérebro e a medula espinhal, conhecidas como meninges.
Essas membranas inflamam, e em alguns casos, pode danificar os nervos e o cérebro.
É considerada uma emergência médica, pois pode levar à morte ou causar sequelas, como amputações de membros ou cegueira.
De acordo com o Daily Mail, no Reino Unido são identificadas seis linhagens diferentes de meningite bacteriana: A, B, C, W, X e Y.
Durante décadas, a meningocócica B - MenB tem sido associada com o grupo principal, sendo que a MenC também era muito comum, até que foi introduzida uma vacina que reduziu o número de casos.
No entanto, desde 2009, foi relatado um aumento alarmante nos casos de MenW, que atinge pessoas saudáveis de todas as faixas etárias, sendo mais comum em jovens até 25 anos.
Essa estirpe está associada a um tratamento que necessita de cuidados intensivos, pois possui uma taxa de mortalidade mais elevada do que os outros grupos (13% de mortalidade em comparação com 5 a 10% das outras estirpes).
No caso de Hannibal, os sintomas relatados foram infecção generalizada (abreviada como sepse), que a deixou com manchas na pele semelhantes a queimaduras, os rins pararam de funcionar, de modo que ela está esperando por um transplante que pode acontecer até o final desse ano, além dos sintomas semelhantes à gripe. A jovem precisou passar 27 dias na UTI antes de ser transferida para a ala de queimados do hospital – já que suas feridas eram pareciam queimaduras – onde passou mais 12 semanas
Um ano depois da cirurgia, apesar de sua vida ter mudado drasticamente, a jovem permanece positiva sobre sua situação.
“Eu me sinto incrivelmente sortuda.
Ainda estou viva e embora tenha perdido
as duas pernas e alguns dedos,
algumas pessoas já perderam muito mais”
Disse.
Ela agora se dedica a uma campanha para avisar outros estudantes sobre tomar a vacina meningocócica – que poderia ter evitado todo o seu sofrimento.
“Ouvi dizer que muitos jovens têm medo de injeções,
mas meu conselho é que uma picada de agulha
vale a pena para evitar que eles passem
pelas centenas de agulhas
e operações que tive de suportar uma vez”
Acrescentou.
Apesar de grave, a meningite bacteriana tem cura.
No Brasil, a prevenção dessa condição pode ser feita com uma vacina que deve ser tomada por crianças com 2, 4 e 6 meses de idade.
Com Informações de: JornalCiência.