Ex-presidente foi ouvido em sala reservada pelo Ministério Público Federal na Procuradoria Geral de Justiça Militar;
defesa não comenta
BRASÍLIA
O Ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou um depoimento nesta quarta feira (151216) em Brasília. A oitava, cerca de duas horas, ocorreu durante a manhã no prédio da procuradoria geral de justiça Militar, ramo do Ministério Público da União que apura crimes militares.
O Edifício fica no Setor de Embaixadas Norte, local ermo de Brasília. A Presença do ex-presidente causou estranheza aos funcionários do órgão, cuja atuação nada tem a ver com investigação em curso envolvendo o nome de Lula ou pessoas de seu entorno
Lula foi visto em local por empregados do prédio entre 10 e 12 horas. A Diretoria Geral da Procuradoria Geral de Justiça Militar informou ao Estado ter recebido um telefonema do Ministério Público Federal - MPF na véspera, entre 19 e 20 horas, solicitando o uso de uma sala no segundo andar para um "atendimento". Os servidores do órgão informaram que souberam que se tratava de uma oitava de Lula quando o ex-presidente desceu do carro e se dirigiu a sala.
O ministro do Supremo Tribunal Federal - STF, Teori Zavascki, autorizou um depoimento de Lula na condição de testemunha em inquérito da Operação Lava Jato que apura formação de quadrilha por políticos contudo, a procuradoria Geral não informou nesta quarta se a oitava esta relacionada com este caso.
A Polícia Federal expediu intimação para que o petista deponha nesta quinta-feira 17, na sede da PF, em Brasília, sobre suposto esquema de compra de medidas provisórias em seu governo, O caso é investigado na Operação Zelotes.
Questionada, a Procuradoria da República no Distrito Federal, no entanto, informou que o depoimento desta quarta não está relacionado a esse caso. O Instituto Lula explicou que Lula ainda não foi notificado e, por isso, "Não há previsão" de que ele fale tampouco na data agendada.
O filho de Lula, Luiz Claudio Lula da Silva, é investigado na Zelotes porque recebeu R$2.500.000,00 de lobistas suspeito de atuar na compra de MPs, como revelou o Estado em outubro. Os investigadores sustentam que o pagamento pode estar relacionado à edição de normas que concediam incentivos fiscais a montadoras de veículos.
O ex-presidente é investigado pelo MPF em outro inquérito por suposto tráfico de influência em outros países para favorecer a Odebrecht. O órgão, contudo, alega que também não houve depoimento sobre esse caso nesta quarta-feira. Lula foi ouvido a respeito em outubro. Na ocasião, a oitava também ocorreu em local secreto.
A Procuradoria-Geral da República não se pronunciou.
Procurado, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, não retornou a telefonemas do Estado. O Instituto Lula informou que não se pronunciaria a respeito.