Conforme PM, área onde avião caiu em Guapé é larga e venta muito.
Segundo testemunhas, aparelho caiu de bico na água, em parafuso.
Os ventos da região do Lago de Furnas onde caiu a aeronave experimental que caiu na tarde de Sábado (160430), em Guapé-MG, podem ter contribuído para o acidente, que matou o engenheiro industrial Helênio Antônio Lara, de 55 anos, que também é empresário, e o filho dele, Samuel Henrique Campos Freitas, de 17 anos.
Os dois foram sepultados na tarde deste Domingo (160501) em Itaúna-MG.
"Segundo informações dos colegas deles, ele nem chegou no aeroporto, ele fez o reconhecimento e quando foi fazer a manobra para retonar, ele caiu.
O local ali é uma área larga e venta muito"
Disse o sargento da Polícia Militar Nilson Sebastião de Assis.
A aeronave caiu a cerca de 2 Km de uma marina, que fica na área Central de Guapé.
Segundo informações de testemunhas, o avião fez uma curva e logo em seguida caiu em parafuso.
"Ele bateu de bico na represa, a gente saiu na esperança de ter alguém com vida, mas chegamos lá estava o pai e o filho morto, preso nas ferragens, não teve como fazer nada",
Disse o empresário Ivan Antônio Ávila, que cedeu uma lancha para que os policiais localizassem o monomotor.
Pai e filho participavam de um encontro de aeronaves em uma fazenda de Guapé.
Segundo a família, eles faziam um sobrevoo no Lago de Furnas e voltavam para o local do encontro quando a aeronave caiu.
O resgate dos corpos começou por volta de 19:00 horas de Sábado.
O trabalho reuniu bombeiros, policiais militares e moradores que conhecem a represa.
Com o vento, a aeronave foi deslocada a cerca de 1 Km do local do acidente.
Foi preciso a ajuda de mergulhadores, que tiveram dificuldades para remover os corpos que estavam presos no cinto de segurança.
"A dificuldade ali é que a aeronave fragmentou. Os dois corpos ficaram presos nos bancos e esse banco é fixado no piso da aeronave, que está quebrado.
O banco que estava mantendo os corpos ali"
Disse o Tenente do Corpo de Bombeiros, Gabriel Freitas Vieira.
Investigação
Peritos do Centro Nacional de Investigação e Prevenção - CENIPA estiveram em Guapé para avaliar o avião na tarde deste Domingo (160501).
Eles removeram a aeronave da água e fotografaram os estragos.
A parte da frente ficou destruída.
Cabine e hélices estavam destroçadas.
"Nesse primeiro momento a gente tira foto de toda aeronave, de tudo que a gente consegue coletar de informação, para depois que a gente voltar à nossa unidade a gente poder analisar tudo que tirou, a gente não tenta descobrir o que aconteceu, até porque nosso objetivo não é descobrir o que aconteceu.
Nosso objetivo é descobrir os fatores contribuintes para que a gente possa fazer uma análise e evitar que aconteça novas ocorrências"
Disse Erick de Assis Cheve Costa, capitão do Cenipa.
O avião experimental PU-HLA, modelo Curumim II, estava regular, segundo os peritos do Cenipa.
"Até o momento não foi constatada nenhuma irregularidade.
Ela tem uma matrícula cedida pela ANAC, ela cumpria os requisitos de uma aeronave experimental"
Disse o tenente do Cenipa.
Ainda não há previsão de quando vai ser divulgado o relatório dos peritos.
Segundo a Anac, como o avião era experimental, não havia necessidade da divulgação dos planos de voo.
O acidente
O acidente aconteceu por volta de 15:00 horas da tarde de Sábado no Lago de Furnas, em Guapé.
Segundo informações da família, pai e filho haviam saído de Pará de Minas-MG, região Centro-oeste do Estado, para passear no Sul de Minas.
Horas antes do acidente, Helênio informou os amigos através das redes sociais que estava sobrevoando o Lago de Furnas na companhia do filho.
Um pouco antes, ele havia feito uma outra postagem em Pará de Minas-MG, onde informava que estava aguardando o tempo melhorar para levantar voo.
Segundo a assessoria de comunicação da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil, a aeronave CB-12 Curumim II, de prefixo PU-HLA, estava registrada no órgão como aeronave experimental e, por isso, não registrava planos de voos.