Cientistas afirmam em documentário que mudanças climáticas
podem causar nova extinção
Muitos cientistas acreditam que a Terra pode estar vivenciando uma nova extinção em massa, mesmo que a maioria das pessoas não perceba o que está acontecendo. Seria a sexta vez que nosso planeta vivencia este fenômeno. As informações são do The Washington Post.
A teoria é defendida por cientistas no documentário Mass Extincion: Life at the Brink, produzido recentemente pelo Instituto Smithsoniano – uma instituição educacional de pesquisa associada a um complexo de museus dos Estados Unidos.
Uma das espécies destacadas pelo filme é o leão africano. Segundo relata o documentário, restaram apenas de 32 a 35 mil leões africanos, enquanto que, em 1950, os números eram bem maiores, por volta de 500 mil, segundo alguns grupos de especialistas. A população de leões africanos sofreu um declínio de 90%
O biólogo da Universidade de Califórnia
Berkeley Anthony Barnosky, que teve destaque no documentário, disse que os números são bastante sólidos.
"Sabemos disso por meio de registros históricos
de onde os leões costumavam estar
e onde claramente não estão mais"
Ele explica que é uma combinação do uso de dados históricos sobre o que se sabe da distribuição dos leões ao longo dos últimos séculos combinado com alguns estudos detalhados e censos de quantos leões estão lá em populações conhecidas ao longo da última metade do século.
A principal causa do declínio na população de leões seria a matança indiscriminada por causa da agricultura e da pecuária, juntamente com o esgotamento de suas presas, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, que tem o leão africano em sua "lista vermelha" de espécies ameaçadas.
Os leões africanos, no entanto, não são os únicos. Um relato semelhante pode ser feito sobre os tigres, os rinocerontes e qualquer outra espécie, de acordo com Barnosky.
"Matamos cerca de 50% dos vertebrados selvagens do mundo
apenas nos últimos 40 anos.
Já matamos metade do número de indivíduos.
Pescamos 90% dos peixes dos mares.
Então, essas são as grandes coisas que
estamos fazendo para o mundo"
O documentário examina também o asteroide que matou os dinossauros há 66 milhões de anos e também um fenômeno do final do período Permiano, há 252 milhões de anos, quando 90% das espécies da Terra desapareceram após massivas erupções vulcânicas na Sibéria.
De acordo com os cientistas, em cada um desses casos, a extinção global não foi causada por apenas um evento imediato e dramático, mas pelos seus efeitos nos oceanos e na atmosfera do planeta.
O impacto do asteroide levou a tanta fumaça na atmosfera que a radiação do Sol foi reduzida drasticamente, levando a grandes mudanças climáticas. O vulcanismo que acabou com grande parte das espécies no período Permiano, deu início a um forte aquecimento global e à acidificação dos oceanos, colocando uma grande quantidade de gás carbônico na atmosfera
As extinções passadas estariam vinculadas a mudanças climáticas radicais no clima global. Essa não seria a mesma causa da extinção atual, pelo menos não agora. Por enquanto, os cientistas do documentário dizem que "a humanidade está ameaçando as espécies, destruindo seu habitat para desenvolver a agricultura para sustentar a quantidade cada vez maior de seres humanos."
O aquecimento global pode agir por meio disso.
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