Dia das mães devia ser todo santo dia, não acha?
E como o negócio é inspiração,
encontramos uma chance de ouro
de prestarmos nossa homenagem mulher que é mãe.
Relacionamos quatro histórias incríveis de superação de mães brasileiríssimas. Confira:
Karolina Cordeiro
Após descobrir que o filho tinha uma síndrome rara que afeta o sistema motor, a géografa Karolina Cordeiro encontrou no esporte uma forma de fazer com que Pedro tivesse a oportunidade de sentir o movimento e o prazer pela vida. Mesmo antes de Pedro nascer, Karolina já se interessava por corrida. Quando começou a se apaixonar pelo esporte, o menino apresentou os primeiros sintomas da síndrome de Aicardi–Goutières, aos dez meses de vida.
“Ele dormia muito e começou a perder
os movimentos do corpo.
Descobri a síndrome depois de alguns exames
nos Estados Unidos”.
Karolina parou de trabalhar para cuidar do filho, mas decidiu não parar de correr. Ao contrário, colocou Pedro no carrinho e passou a treinar com ele no Parque do Sabiá, em Belo Horizonte, Minas Gerais. No ano passado, a dupla realizou o sonho de correr junta uma prova oficial ao ultrapassar em 33 minutos os cinco quilômetros do Circuito de Corridas, em Uberlândia-MG.
“Foi muito emocionante.
Foi a primeira corrida dele e minha juntos
em uma prova oficial.
E cada minuto foi um parto.
Eu lembrei da vida dele toda.
E ele é um vencedor.
Eu falei que a medalha dele o estava esperando.
Disse que ele já é um campeão e disse ainda:
‘Pedro não precisa chegar primeiro.
O importante é chegar’”.
Flávia Cintra
Ferida gravemente em um acidente de carro quando tinha 18 anos, a jornalista Flávia Cintra perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Após meses de fisioterapia, no entanto, acabou recuperando o domínio dos braços. Aos poucos foi retomando sua vida e lutou com unhas e dentes para realizar seu grande sonho: ser mãe.
“Quando eu estava grávida,
muita gente me olhava com espanto na rua,
como se fosse um crime uma tetraplégica engravidar,”
Revelou em uma entrevista concedida recentemente.
Hoje, aos 38, repórter do programa Fantástico, da Rede Globo, ela é mãe dos gêmeos Mariana e Mateus.
No dia a dia, Flávia, que é separada, acompanha as crianças em várias tarefas, e conta com a ajuda de duas assistentes em atividades que exigem mais mobilidade, como dar banho.
“Minha deficiência não interfere no meu papel de mãe,
porque ser mãe não é uma condição física.”
Flávia foi uma das principais fontes de inspiração para a criação da modelo Luciana, personagem vivida por Alinne Moraes em Viver a Vida, novela da Rede Globo escrita por Manoel Carlos.
Márcia Barros
Quando finalmente conseguiu engravidar do segundo filho, aos 37 anos, a professora Márcia Barros descobriu um tumor no seio direito. Se viu em um verdadeiro dilema: postergar o tratamento para depois do parto, sabendo que os mesmos hormônios necessários à gestação também alimentavam o tumor e faziam ele crescer mais rápido, ou abortar para combater o câncer, correndo o risco de nunca mais conseguir engravidar?
No terceiro mês de gestação, ela retirou seu seio doente e começou a quimioterapia.
“Pedia desculpas ao meu filho.
Ele nem tinha nascido
e já precisava conviver com a problemática
do câncer de mama.
Vivi a doença e a gestação ao mesmo tempo,
mas hoje posso afirmar com toda a certeza
que a maternidade me salvou”
Márcia participou do documentário Mulheres de Peito, inspirado no livro Força na Peruca, de Mirela Janotti.
Cristiana Guerra
Aos 36 anos, a publicitária mineira Cristiana Guerra – que já apareceu aqui no Hypeness em outra matéria -, grávida de sete meses de seu primeiro filho, depois de passar por dois abortos, acabou perdendo o marido em uma morte súbita. Ela costuma dizer que só sobreviveu aos dois últimos meses de gravidez porque o coração do bebê que ela carregava bateu por ele e por ela. Quatro meses depois do nascimento de Francisco, ela decidiu apresentar o pai a ele por meio de um blog, o Cartas para Francisco, que hoje virou Francisquices.
Nele, Cristiana registrou pedaços da história dos dois para o filho. Textos delicados, ora engraçados, ora sensíveis, mas sempre envoltos pela urgência de ser feliz e superar a perda. O blog acabou virando o livro Para Francisco.
“Quando se consegue transformar
a dor em um texto sensível,
ela se transforma também”.