No ano passado, o explorador canadense George Kourounis tornou-se a primeira pessoa a sondar suas profundezas ardentes.
Em novembro de 2013, George Kourounis, em parceria com a National Geographic e a empresa de viagens Kensington Tours, tornou-se a primeira pessoa a chegar ao fundo da cratera, por todos os seus 69 metros de largura e 30 metros de profundidade, no deserto ao norte do Turcomenistão.
Apelidada de Porta do Inferno, a Cratera de Darvasa foi criada há quatro décadas, quando uma sonda de perfuração Soviética provocou um desmoronamento.
Os detalhes não são claros quanto ao que realmente aconteceu, mas acredita-se que os cientistas soviéticos incendiaram a plataforma para queimar os gases nocivos que foram liberados após o colapso, mas subestimaram a quantidade de gás natural que existia abaixo da superfície. De acordo com a National Geographic, o Turcomenistão (ou Turquemenistão) tem a sexta maior reserva de gás natural do mundo, e este fator provavelmente levou à criação deste grande buraco de fogo no chão.
Além de ir a um lugar que ninguém nunca foi antes, a missão da Kourounis era coletar amostras de solo a partir do chão da cratera para determinar se a vida realmente pode sobreviver naquelas condições. Se sim, a pesquisa poderia ter grandes implicações na perspectiva de encontrar vida em condições extremamente duras, em outros planetas.
Christina Nunez, do National Geographic, entrevistou Kourounis sobre sua missão que pretende descobrir que a preparação não envolve só seus 18 meses de treinamento. Há também um traje refletor de calor, equipamento de respiração autossuficiente, e uma cadeira de Kevlar antiderretimento toda equipada. Ele chegou ao ponto de contratar um coordenador de dublês de Hollywood para treinar a andar próximo às chamas sem entrar em pânico e saber como contornar a situação com calma.
“O calor que ela emite é ardente, o brilho das faíscas que giram em torno do ar no local é simplesmente fantástico de se assistir, e quando você está a favor do vento, você recebe esta onda de calor que é tão intensa que você não pode sequer olhar diretamente para o vento. Você tem que proteger o seu rosto com a mão, ao ficar em pé na borda da cratera. Nessa hora eu pensei: ‘Ok, talvez eu tenha mordido além do que eu podia mastigar’", finalizou Korounis.
Os cientistas ainda estão analisando as amostras para encontrar vida microbiana, pois a região é rica em metano. Apesar de não ter encontrado nenhuma vida no fundo, a equipe está feliz por ter identificado bactérias que vivem na borda inferior. E, a coisa mais interessante, é que essas bactérias não foram encontradas em nenhum local nas proximidades da cratera no deserto, apenas na parte interna.
A descoberta torna-se animadora para astrônomos que buscam vida fora do Sistema Solar e que, muitas vezes, ignoram planetas que possuem temperatura muito elevada.