Justiça seja feita, ser mulher é bem complicado. Além de ganharmos menos que os homens, aguentarmos assédio e pressões sociais, há também certos aspectos biológicos que dificultam um pouquinho a nossa vida. A gravidez, por exemplo, não é nada fácil. Antes de chegar lá, entretanto, temos que lidar com a chatinha menstruação todo santo mês, com tudo que vem no pacote: TPM, inchaço, dores de cabeça e a temida cólica.
Homens que alegam que tudo isso é frescura: experimente sentir durante horas como se um trator estivesse passando pelo seu útero (sem exagero), enquanto se preocupa se a menstruação vai vazar e se você tem absorventes suficientes. Como se você não estivesse incomodada o suficiente, tem que colocar tudo isso de lado para viver as atividades normais do seu dia-a-dia, como estudar, sair com os amigos e trabalhar.
Pois bem. Acontece que o ginecologista inglês Gedis Grudzinskas está realizando uma campanha que defende a licença menstrual em todo o mundo. Segundo a entrevista dada por ele ao jornal britânico Daily Mail, depois de estudar muito o corpo feminino e o período menstrual, ele acha que a mulher iria render mais no trabalho se pudesse tirar folgas nos dias em que está naqueles dias.
O processo funcionaria assim: todo mês, a mulher teria direito a uma licença similar à licença maternidade no período em que estiver menstruada. Nessa proposta, os dias de folga seriam remunerados. De acordo com Grudzinskas, “quando você está com cólicas, é impossível ter o mesmo desempenho no trabalho de um dia em que você não esteja sentindo dores”. Ele completa afirmando que a licença menstrual é “sobre empregadores serem sensíveis e conscientes”.
Segundo ele, a iniciativa também seria benéfica para os empregadores, já que isso “aumentaria a motivação e a produtividade das mulheres” e faria com que ficassem “mais felizes e confortáveis com o ambiente de trabalho, o que é algo positivo”.
Para quem acha que isso é impensável, a licença já existe efetivamente em alguns lugares, caso da Indonésia, onde as mulheres têm dois dias por mês de licença remunerada, e no Japão, onde as funcionárias também podem ficar em casa nesses dias incômodos.
Para os que acham que isso se trata de uma “regalia feminina”, o especialista garante: “As mulheres não devem se envergonhar da licença”. Ele afirma que se “os homens sentissem metade da dor que algumas meninas sentem durante o período menstrual, também gostariam de ter um dia de folga” (fato!).
A ideia é boa, mas acho que a proposta não pega por aqui. Apesar de injusto, serviria de motivo para sofrermos mais retaliação nas contratações no mercado de trabalho, ao meu ver. Além disso, muitas de nós simplesmente já se acostumaram a viver da melhor forma possível naqueles dias. Mas não vou mentir: que seria bom ter uma folguinha nessa época do mês, isso seria