Ligações para PM, Samu e Bombeiros têm casos de galo passando mal e cadeado em bicicleta
Telefones como o 190, 192 e 193 são muito conhecidos e já salvaram muitas vidas pela agilidade que permitem à Polícia Militar, ao Samu e aos Bombeiros no recebimento de ocorrências. Entretanto, segundo as três corporações, além dos trotes, que já causam muitos problemas, há também casos em que as pessoas ligam para o lugar errado ou ocupam as linhas sem necessidade.
A maioria dos chamados deste tipo, que nem sempre chegam a ser registrados como ocorrências, envolvem animais. No norte de Minas, por exemplo, os atendentes do Samu de Montes Claros já receberam uma ligação em que a mulher pedia socorro para um galo que estava "passando mal". Ao ser questionada pelo atendente sobre o que a corporação poderia fazer, ela se irritou, afinal, "ele é que era o médico". Em outro caso, registrado na Grande BH pela Polícia Militar, um homem solicitou uma viatura para resgatar "uma égua com cara de cavalo".
Conforme o Sargento Kollek Pereira, do 7º Batalhão de Bombeiros, localizado em Montes Claros, os militares são treinados para tentar identificar um trote e já possuem "táticas" que ajudam na hora de descobrir se a ligação é realmente verdadeira. No caso dos chamados "de verdade", mas que não são de competência da corporação, a grande maioria está relacionada aos animais.
— Eu mesmo já presenciei isso. Houve o atropelamento de um animal, de um cachorro, e a mulher ligou pedindo que fôssemos socorrê-lo.
Ainda em Montes Claros, um homem chegou a ligar para a corporação pedindo que uma viatura fosse ao seu encontro para ajudá-lo a abrir um cadeado de uma bicicleta, que não queria se soltar.
Na Polícia Militar (PM), o Centro Integrado de Comunicações Operacionais é o responsável por coordenar o serviço de recebimento de ligações do 190. Os funcionários, que se dividem entre militares e civis, recebem um treinamento com dois meses e meio de duração para aprender detalhes sobre quais registros são emergências para a polícia, quais para os bombeiros ou para o Samu e quais não chegam a ser ocorrências. De três em três meses, um curso de reciclagem é aplicado a todos, para que o serviço seja "padronizado".
De acordo com a PM, as viaturas chegam a ser deslocadas na maioria dos casos, o que, quando constatado um trote ou um chamado desnecessário, acaba atrapalhando outras ocorrências onde as pessoas realmente estão precisando de ajuda. Ainda segundo a corporação, também é comum o recebimento de chamadas tentando saber o endereço ou o telefone de algum órgão público.
Apesar dos casos, as corporações são unânimes ao afirmar que, na dúvida, a ligação deve ser feita para que um profissional treinado avalie cada caso.
Seja por falta de conhecimento ou por má-fé, algumas pessoas ligam para os serviços de emergência pedindo viaturas em ocorrências inusitadas. Em uma delas, policiais de Belo Horizonte receberam uma ligação de uma mulher que alegava que o próprio celular havia "tentado matá-la três vezes". Segundo ela, o aparelho fazia as ligações ameaçadoras.
Em Montes Claros, no norte do Estado, atendentes do Samu receberam a ligação de uma mulher que pedia ajuda para um galo. Ao ser questionada sobre o que o Samu poderia fazer pelo animal, ela reclamou: "Vocês é que têm que saber! Vocês não são médicos?"
Uma mulher do bairro Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, ligou para o 190, em busca de ajuda da Polícia Militar para protegê-la dos ataques do cachorro do vizinho. Ela afirmava que o animal seria "uma fera" e que já teria sido agredida por ele mais de uma vez. Ao questionar a vítima sobre a raça do cão, os militares descobriram se tratar de um poodle.
Um morador do bairro Paulo VI, na região nordeste de Belo Horizonte, ligou para a Polícia Militar na tentativa de obter ajuda para encontrar sua égua de estimação, que estava perdida. Mas o animal não era qualquer um. Segundo a PM, tratava-se de "uma égua com cara de cavalo".
Um cadeado preso a uma bicicleta é motivo para uma ligação para o Corpo de Bombeiros? Em Montes Claros, foi. Sem conseguir tirar a magrela do lugar, um homem ligou para a corporação em busca de socorro. Ele teve que ser convencido depois de muita conversa, que o seu chamado não valia a mobilização de uma viatura.




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