O Caso da Morte do menino Joaquim Pontes
Passo-a-passo
IX
Ribeirão Preto - 131110
Corpo de menino desaparecido é encontrado em rio do interior paulista
Neste domingo, a Justiça decretou a prisão temporária
da mãe e do padrasto do menino.
Foi encontrado neste domingo (131110) o corpo de Joaquim, o menino de 3 anos, que - segundo a mãe e o padrasto - havia desaparecido de dentro de casa, no interior de São Paulo.
Esta semana, o Fantástico acompanhou os trabalhos de busca pra entender por que a polícia trata a mãe e o padrasto como suspeitos.
O mistério acabou na manhã deste domingo. Um morador da região encontrou o corpo de Joaquim Pontes Marques, de 3 anos, em um rio em Barretos, no interior de São Paulo, a cerca de 110 quilômetros de Ribeirão Preto. O menino estava de camisa e cueca. Foram os pais que identificaram o corpo.
Joaquim estava desaparecido havia cinco dias. Na última sexta-feira, o Fantástico falou com o pai do menino, que lembra exatamente como foi a última conversa deles um dia antes do sumiço.
“Ele fala ‘quem é?’.
Eu falo ‘seu melhor amigo’.
Ele fala ‘é meu pai?’.
Eu falo ‘é’”,
lembra.
Arthur é promotor de eventos, mora em São Paulo e costumava visitar o filho a cada 15 dias em Ribeirão Preto. Joaquim morava em uma casa com a mãe e o padrasto. Natália Ponte, 29 anos, é psicóloga. Trabalhava em uma clínica para dependentes químicos quando conheceu o atual marido, o técnico de informática Guilherme Longo, 28 anos, que estava se tratando lá.
“Eu me sinto culpado de não ter ido lá e ter brigado.
Se eu visse que ele estava sendo mal tratado, eu tirava.
Nunca soube disso”,
diz o pai de Joaquim.
Na sexta-feira, Guilherme Longo recebeu o Fantástico na casa da família. Ele diz que voltou a usar drogas recentemente e que não é violento.
“Em nenhum momento eu tive um surto,
eu machuquei alguém”,
afirma.
Guilherme e Natália têm um menino de três meses. O padrasto diz que tratava bem o enteado Joaquim.
“Minha relação com o Joaquim era muito boa.
A gente era como duas crianças juntas, brincando”,
comenta.
O Fantástico teve acesso aos depoimentos prestados à polícia pela mãe e pelo padrasto. Guilherme fez uma revelação. Contou que voltou para a casa na segunda-feira (131104), véspera do desaparecimento, após ficar internado. Disse que tentou se matar no fim de semana tomando uma grande quantidade de remédios, e que à noite Joaquim estava vendo um filme no celular da mãe, que tentou tirar o aparelho dele, mas o enteado começou a chorar. O padrasto falou que não bateu em Joaquim, e que deixou o celular com o garoto até ele dormir.
Nesta entrevista, Guilherme disse que depois, com toda a família dormindo, saiu para comprar cocaína.
“Era por volta de 00:30 hs quando eu o coloquei para dormir.
Eu voltei 40 minutos depois.
Não consegui comprar drogas depois porque não tinha ninguém”,
destaca.
Segundo ele, só na terça-feira de manhã o casal percebeu que Joaquim tinha sumido.
“Ele deve ter saído no colo de alguém”,
afirma.
“Eu não tenho hoje ninguém que poderia querer se vingar de mim”,
completa.
A polícia não encontrou sinais de arrombamento.
Repórter: - Você acha que a Natália e o Guilherme têm alguma responsabilidade sobre isso?
Arthur: - Claro que têm. Não estou dizendo que foi ele ou foi ela que fez isso, mas eles sabem o que aconteceu.
Segundo a polícia, com a descoberta do corpo do menino no Rio Pardo, em Barretos, ganha força o trabalho de um cão da PM. Ele cheirou as roupas do padrasto e do enteado, e apontou que os dois fizeram o mesmo trajeto, de cerca de 200 metros da casa da família até um córrego.
“Os trajetos que ele fez tanto farejando as roupas do Joaquim quanto farejando as roupas do Guilherme foram na mesma direção, inclusive com paradas nos mesmos pontos. Isso indica que eles passaram por ali“, ressalta o delegado Paulo Henrique Castro.
O córrego se junta a outros que desembocam no Rio Pardo. Fizemos um teste com o cão da PM. Primeiro ele sente o cheiro da carteira do repórter. O resultado aparece em menos de cinco minutos.
“O cão possui 320 milhões de células olfativas. Ele consegue ter uma eficiência muito alta nesse tipo de localização“, explica o tenente Jesus Oliveira Júnior.
Neste domingo, a mãe de Joaquim afirmou: “Eu sou muito inocente”. Já o padrasto reagiu assim ao saber que o corpo tinha sido encontrado: “Foi reconhecido? Maravilha, a gente vai dar uma ligada para os advogados e ver o que está acontecendo”.
Segundo a polícia, não havia marcas visíveis de violência no corpo de Joaquim, que era diabético. Ele tomava injeções diárias de insulina. Em um vídeo de um mês atrás, a família tinha acabado de descobrir a doença do menino.
A perícia vai apontar se o menino morreu afogado ou se foi assassinado antes de ser jogado no rio.
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