A cafeína é conhecida por conferir uma série de benefícios.
Sua influência sobre a nossa capacidade de armazenar e recuperar informações nunca foi devidamente explorada, mas um novo estudo corrige essa omissão, mostrando que a cafeína pode nos ajudar a recordar algumas memórias - e seu efeito dura pelo menos 24 horas.
A cafeína é considerada um estímulo cognitivo devido às suas propriedades estimulantes. Embora os efeitos sejam sutis, ela é conhecida por melhorar o humor e o desempenho mental e físico. Estudos também têm demonstrado que, em conjunto com a L-teanina (um aminoácido comum encontrado no chá verde) pode (ligeiramente) dar um impulso na memória.
Mas, antes deste novo estudo, que foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Johns Hopkins e da Universidade da Califórnia, não se sabia se a cafeína tinha um efeito de aumento na memória de longo prazo em seres humanos.
Para descobrir isso, os pesquisadores fizeram um experimento em que os voluntários que não comem regularmente ou bebem produtos com cafeína, tomassem um comprimido de 200 mg (equivalente a uma xícara de café forte) ou um placebo.
Os voluntários foram convidados a observar uma série de imagens, mas curiosamente, não tomaram os comprimidos antes, mas cinco minutos depois da sessão de estudo. No dia seguinte, os dois grupos foram testados para ver quanta informação eles tinham absorvido.
O teste, uma tarefa de discriminação comportamental, incluiu imagens do dia anterior, mas também algumas que foram ligeiramente alteradas, além de novas imagens. Os resultados mostraram que os membros do grupo da cafeína foram capazes de identificar corretamente as imagens como sendo "semelhantes" às imagens vistas anteriormente ao invés de apenas dizer que eles eram idênticas. Foi um efeito que durou pelo menos 24 horas. Essa capacidade – chamada de separação-padrão – nos permite reconhecer as diferenças entre dois itens semelhantes, mas não idênticos.
"Nós sempre soubemos que a cafeína tem efeitos
de aumento cognitivo, mas seus efeitos específicos sobre
o reforço de memórias e torná-lo resistente ao esquecimento
nunca foi examinado em detalhes em humanos"
Disse Michael Yassa, um dos principais autores da pesquisa.