Há um enorme buraco na camada de ozônio
sobre a Antártida, mas não há motivos para preocupação
Uma falha da camada de ozônio acima da Antártida tem ficado anormalmente grande para esta época do ano, batendo recordes em termos de tamanho. Porém, os cientistas dizem que não há motivo para alarde, pois a expansão deve ser de natureza temporária, devido a flutuações sazonais.
Pesquisadores da Organização Meteorológica Mundial - OMM, a agência oficial de clima e tempo das Nações Unidas, anunciaram a notícia do grande buraco de ozônio, esta semana, que atingiu seu limite máximo em 2 de outubro de 2015, possuindo uma área de 28,2 milhões de km².
Esse é o maior o buraco de ozônio datado nesta época específica, com a média elevada por 30 dias consecutivos. Ele não é o maior o buraco já relatado, mas se continuar neste ritmo, pode superar o recorde. Esta seria a prova de que a preocupação com a camada de ozônio continua sendo um problema ambiental recorrente, apesar das evidências de que uma recuperação a longo prazo está em andamento.
“Isso nos mostra que o problema
de buracos na camada de ozônio
ainda existe e temos de permanecer vigilantes.
Mas não há razão para alarmismo desnecessário”
Disse Geir Braathen, cientista sênior no Atmospheric and Environment Research Division, da OMM.
No ano passado, cientistas anunciaram que o buraco de ozônio estava mostrando os primeiros sinais de cura depois de décadas de expansão, devido à destruição do ozônio – que teria se iniciado há décadas, por conta do uso de produtos químicos prejudiciais antes do problema ser identificado, na década de 70 e 80.
O protocolo de Montreal, de 1987, sobre “Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio”, proibiu o uso de substâncias químicas nocivas, como clorofluorcarbonos (CFCs). O protocolo é creditado como grande restaurador do ozônio na estratosfera, principalmente sobre a Antártida.
“O Protocolo de Montreal está funcionando bem,
mas podemos continuar vendo grandes buracos
na camada de ozônio na Antártida,
que perdurarão até meados de 2025
por conta das condições meteorológicas
na estratosfera e porque os produtos químicos
que destroem o ozônio permanecem na atmosfera
por várias décadas após eliminados”
Disse Braathen.
Espera-se que a camada de ozônio tenha uma recuperação substancial em meio do século. Nesse meio tempo, no entanto, ainda podemos ver buracos, especialmente durante a primavera do Hemisfério Sul, quando as temperaturas extremamente frias na estratosfera e níveis elevados de atividade solar levam a uma liberação natural de cloro e bromo, destruidores da camada de ozônio.