Segundo MST, 1.500 mil participaram do protesto
na MG-129, em Catas Altas-MG.
Ato repudia modelo de mineração
e denuncia violência contra mulheres.
Mulheres fizeram, na manhã desta Terça-feira (160308), uma manifestação contra a SAMARCO a Vale e o modelo de mineração atual.
De acordo com a Polícia Militar - PM, por volta das 10:00 horas, cerca de 500 pessoas estavam na MG-129, em Catas Altas-MG, na Região Central de Minas Gerais, perto da mina de Fazendão, que pertence à Vale.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, que organizou o protesto para o Dia Internacional da Mulher, informou que, no horário, havia aproximadamente 1.500 mil mulheres na rodovia.
Por volta das 12:00 horas, a PM informou que o protesto havia terminado e a MG-129 já estava liberada.
Segundo a corporação, o ato ocorreu a cerca de 30 quilômetros da barragem de Germano, da SAMARCO.
A mineradora, cujos controladores são a Vale e a anglo-australiana BHP, é a responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em Mariana-MG no fim do ano passado e deixou mortos e desabrigados.
A lama gerada pelo rompimento atravessou o Rio Doce e chegou ao mar do Espírito Santo.
No percurso do rio, cidades tiveram de cortar o abastecimento de água para a população em razão dos rejeitos.
Segundo o MST, o protesto questionou o atual modelo de mineração e denunciou a violência contra a mulher.
O movimento alegou que o modelo é “predatório” e causa doenças e o aumento de prostituição onde mineradoras se instalam.
“Há uma entrega dos recursos naturais do país
ao capital internacional, deixando um rastro de morte
e destruição ambiental e social.
O maior exemplo disso é o rompimento
da barragem de Mariana e a forma vexatória
como o governo assinou o acordo com a Vale
e a SAMARCO”
Afirmou uma das integrantes do movimento.
Na última semana, o acordo para recuperar o Rio Doce foi assinado entre representantes dos poderes públicos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo com a SAMARCO.
O objetivo é criar um fundo que prevê R$20.000.000,00 bilhões em recursos, valor que pode variar, segundo o Ministério do Meio Ambiente.
Conforme o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a manifestação contou também com integrantes do Movimento pela Soberania Popular na Mineração - MAM.
Os movimentos sociais propõem um projeto popular de mineração, regulado pela necessidade social, com a participação das comunidades, além de instrumentos de fiscalização mais eficazes e prevenção de desastres.
Por meio de nota, a Vale informou que a mina de Fazendão, em Catas Altas-MG, foi invadida no início desta manhã por cerca de 500 pessoas ligadas ao MST.
Segundo a empresa, as manifestantes picharam e sujaram a portaria e a rodoviária interna da unidade.
Ainda conforme a nota, elas também paralisaram e depredaram o ramal ferroviário da Estrada de Ferro Vitória a Minas - EFVM que dá acesso a minas da Vale na região.
“A Vale repudia veementemente
quaisquer ações violentas,
depredatórias, que geram riscos à segurança
e o bem-estar daqueles que trabalham
e utilizam essas unidades invadidas.
A Vale tomará todas as medidas cabíveis
para restabelecer a normalidade na unidade”
Informou a mineradora.
Procurada pela reportagem, a SAMARCO informou que não vai comentar os protestos.
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