Vítima foi abusada por nove companheiros
no CERESP na Terça-feira (29).
Dois suspeitos foram detidos;
SEDS instaurou um procedimento interno.
Um presidiário de 30 anos foi agredido sexualmente dentro da cela em que estava, no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional - CERESP de Juiz de Fora-MG, no Bairro Linhares.
De acordo com o Boletim de Ocorrência - BO da Polícia Militar - PM, ele vinha relatando agressões há vários dias, mas na noite da última Terça-feira (160329), precisou ser levado ao Hospital de Pronto Socorro - HPS com ferimentos por todo o corpo.
O advogado da vítima falou com o G1 na tarde desta Quinta-feira (160331) e informou que a agressão foi feita por um grupo de nove pessoas e que o cliente está em coma.
A Secretaria de Saúde - SS informou, também na tarde desta Quinta-feira, que o paciente está sedado, em estado geral grave, na Sala de Urgência do HPS.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil, que informou que o caso será investigado pela 5ª Delegacia. A Secretaria de Estado de Defesa Social - SEDS confirmou a ocorrência e disse que foi instaurado um procedimento interno para apurar os fatos.
A PM relatou que foi chamada ao CERESP por volta das 23:00 horas e ouviu do solicitante que a vítima vinha relatando agressões há vários dias e que na Quarta-feira teria sofrido novamente, em volume muito desproporcional.
O presidiário foi conduzido ao HPS, onde foi diagnosticado com hematomas nas costas, laceração anal, trauma de reto e contusões nos ombros e nas pernas.
Segundo o BO, o homem ficou internado no local para que passasse posteriormente por uma avaliação de um médico proctologista, que indicaria a necessidade ou não de cirurgia.
Dois suspeitos de autoria das agressões, de 23 e 30 anos, foram detidos em flagrante pelos agentes penitenciários e conduzidos à Delegacia de Plantão pelos policiais militares.
Advogado questionou estrutura do local
O advogado do presidiário, Emanuel Lima Cruz Neto, relatou indignação com o caso.
“Meu cliente foi abusado por outros nove detentos e, por conta disso, está em coma, sem previsão de alta. A família está muito abalada e a mãe não sabe o que fazer. Inicialmente, deram a informação de que ele teria sido agredido, mas não abusado. Estamos perplexos”
Contou.
Neto ainda criticou a estrutura física do local em que o presidiário estava e o acompanhamento do Estado de Minas Gerais ao preso.
“A cela deveria ter seis detentos e tinha 29, os direitos humanos foram brutalmente violados. Já acionei a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB e vamos ingressar com uma ação contra o Estado, que tinha responsabilidade pela custódia dele e falhou”
Disse.
Ainda segundo o advogado, o presidiário é natural da cidade de Rio Novo-MG e responde pelo crime de tráfico de drogas.
Ele teria uma audiência na próxima Terça-feira (160405).
SEDS instaurou procedimento interno
A SEDS enviou nota ao G1 afirmando que o detendo acionou os agentes penitenciários, relatou as agressões e acusou dois colegas de cela, que foram identificados, conduzidos à delegacia e autuados em flagrante.
A partir de agora, de acordo com a nota, vão responder também pelo crime de lesão corporal.
Os dois retornaram ao CERESP.
A direção-geral de unidade penitenciária instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias e a veracidade do caso.
Sobre a capacidade superior à permitida na cela, informada pelo advogado, a secretaria preferiu não se manifestar, por motivos de segurança.
Com Informações de: G1.
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