Tragédia de caráter: furtadas sirenes contra desastres
Tragédia pouca é bobagem. Não bastassem o sofrimento de centenas de famílias ainda sem suas casas e a morte de 408 pessoas nos desastres do verão de 2011 e 2012, ladrões levaram quatro dos oito sistemas digitais de alertas por sirenes para a população de encosta, instalados em um bairro de Nova Friburgo, na serra do Rio – cidade que ainda hoje sofre com as fortes chuvas e em estado de atenção. Anteriormente, a assessoria da prefeitura informara furto de seis.
A secretaria de Defesa Civil, que descobriu o crime ontem, recompôs nesta manhã os aparelhos no bairro São Geraldo, um dos que mais corre risco de desastres. Como não há dinheiro para aquisições, foram doados pelo governo do estado.
A Polícia Civil investiga e tem suspeita de comércio paralelo. As sirenes têm tecnologia similar à usada em alarmes de carro e de cercas elétricas. O prejuízo é de R$ 3.600 – cada sirene está avaliada em R$ 900.
Coube à prefeitura apelar ao bom senso e pedir que os moradores procurem os criminosos. “Não podemos admitir atitude absurda e irresponsável como esta”, desabafa o secretário João Paulo Mori.
Até fim de Fevereiro, os moradores continuam sob o assombro do tempo fechado e risco de novas tragédias noturnas a qualquer hora. Desta vez sem sirene para alerta.
Em novembro passado, as sirenes ajudaram a salvar famílias de 20 casas atingidas por soterramento e pedras de toneladas no bairro de Três Irmãos. Pelo menos 34 sirenes dispararam em bairros de encosta na mata atlântica na cidade à ocasião.
Apenas nos desastres de Janeiro de 2011 morreram mais de 900 em cinco cidades da região serrana do Rio. Em 2012, com ajuda do governo estadual, as prefeituras instalaram 100 sirenes de alerta num investimento milionário – 42 delas em Nova Friburgo.
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