>>> A CHACINA DE UNAI <<<
"Assassinato dos Auditores-fiscais do Trabalho em Unaí-MG"
- XI -
2013
Agosto
Dia: 130828
Julgamento da Chacina de Unaí entra no segundo dia em Belo Horizonte.
Juíza começou sessão com oitivas de testemunhas.
Assassinatos aconteceram em janeiro de 2004.
A juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 9ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, reiniciou, nesta quarta-feira (28), em Belo Horizonte, o julgamento de réus da Chacina de Unaí. O crime aconteceu há quase 10 anos na Região Noroeste do estado.
Nesta terça-feira (27) foi o primeiro dia de julgamento de parte dos acusados de matar quatro servires do Ministério do Trabalho. primeira testemunha ouvida foi o ex-delegado da Polícia Federal que cuidou das investigações. Antônio Celso Santos disse que na época dos depoimentos, Erinaldo e Rogério Alan confessaram o crime. Em seguida, foram ouvidas outras duas testemunhas de acusação. A previsão é que o julgamento termine até o fim de semana.
Nesta primeira sessão, são julgados Rogério Alan Rocha Rios, William Gomes de Miranda e Erinaldo de Vasconcelos Silva pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Erinaldo também responde pelo crime de receptação. De acordo com a Justiça, os três atualmente estão presos.
O conselho de sentença foi formado por cinco mulheres e dois homens. O grupo vai decidir se os réus são culpados ou inocentes dos crimes pelos quais foram denunciados.
Os irmãos Antero e Norberto Manica, fazendeiros na região de Unaí, são acusados de ser os mandantes das mortes dos auditores e do motorista do Ministério do Trabalho. Eles investigavam uma denúncia de trabalho escravo quando foram mortos em uma emboscada.
De acordo com a procuradora da República Miriam Moreira Lima, há no processo uma versão de que os quatro foram vítimas de latrocínio, que é roubo seguido de morte. Segundo a representante do Ministério Público Federal (MPF), esta seria uma manobra para proteger os mandantes do crime. E que os pertences dos fiscais e do motorista foram encontrados, que provaria não ter havido roubo.
O advogado de Antero Manica, o criminalista Marcelo Leonardo, acompanha o julgamento nesta terça-feira. Ele diz que não é possível dizer ainda se este júri pode impactar na defesa do fazendeiro. O julgamento de Antero Manica ainda não tem data marcada.
Sérgio Moutinho, que defende Rogério Alan Rocha Rios, disse que espera conseguir provar a inocência de seu cliente.
O crime
A Chacina de Unaí aconteceu em janeiro de 2004. Quatro funcionários do Ministério do Trabalho – três auditores fiscais, Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira – foram mortos em uma emboscada quando investigavam uma denúncia de trabalho escravo em fazendas da região de Unaí. Nove pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal.
Um dos réus, Francisco Elder Pinheiro, acusado de contratar os matadores, morreu no dia 7 de janeiro. Com isso, o processo passou a ter oito réus. No dia 17 de setembro, devem ir a júri os acusados de ser, respectivamente, mandante e intermediários: Norberto Manica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Carvalho.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o julgamento do fazendeiro Antero Manica, irmão de Norberto e que foi pronunciado pela Justiça também como mandante dos crimes, ainda não foi marcado. O MPF informou também que o crime de favorecimento pessoal pelo qual respondia Humberto Ribeiro dos Santos já prescreveu.
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