Uma criança em que parte do cérebro cresceu dentro de seu nariz tem sido descrita como “Pinocchio da vida real”. Ollie Trezise, de Maesteg, País de Gales, nasceu com uma condição rara por conta de uma rachadura em seu crânio. Aos 21 meses, passou por várias operações dolorosas para ajudá-lo a respirar e fechar a rachadura.
Sua mãe, Amy Poole, de 22 anos, disse que o garoto, apesar de ser forte e corajoso, está sendo bombardeado com comentários cruéis de outras pessoas desconhecidas. Uma das pessoas disse que ele ‘nunca deveria ter nascido’, enquanto outros zombavam dele, chamando-o de ‘feio’. “É de partir o coração. Uma vez, uma mulher me disse que eu nunca deveria ter dado à luz a ele. Eu quase caí em prantos. Para mim, Ollie é perfeito. Ele é o meu pequeno Pinóquio da vida real e eu não poderia estar mais orgulhosa”, relatou Amy.
A jovem mãe descobriu que havia algo diferente em Ollie desde o ultrassom, quando os médicos disseram-lhe que um tecido mole inesperado estava crescendo em seu rosto. No entanto, ela chocou-se com a sua condição após dar à luz no Hospital Universitário de Gales, em fevereiro de 2014.
“No começo eu não tinha certeza de como eu iria lidar.
Mas, eu sabia que eu iria amá-lo não importava como”
Relatou.
Uma ressonância magnética posterior confirmou que o nódulo era um encefalocele (cranium bifidum), defeito que faz o cérebro crescer através de um orifício no crânio, criando uma bolsa saliente. No caso de Ollie, o saco tinha crescido em seu nariz, fazendo-o ficar para fora. Ao longo dos próximos nove meses, enquanto o corpo de Ollie crescia, o mesmo acontecia com seu nariz.
Os médicos disseram a sua mãe que talvez precisassem operá-lo na Inglaterra, para abrir a passagem nasal e fazê-lo respirar corretamente.
“Eu estava com tanto medo de deixar Ollie se submeter
a tal cirurgia, pois ele era muito frágil,
e eu não podia suportar a ideia de perdê-lo.
Mas, os médicos explicaram que ele
estava em risco de contrair uma infecção
ou até mesmo meningite, caso tropeçasse
e batesse o nariz,
então eu concordei com a cirurgia”
Disse Amy.
Em novembro de 2014, ele foi submetido a operação, que durou duas horas, mas foi um sucesso. A cirurgia consistiu em um corte em seu crânio para remover o excesso de fluido cerebral e a reconstrução plástica de seu nariz. Após a operação, Ollie ficou com uma enorme cicatriz em toda a cabeça. Agora, totalmente recuperado, Ollie pode aproveitar sua infância normalmente.
Amy pretende divulgar sua história e aumentar a consciência da condição para evitar que outras crianças sejam humilhadas por condições que as deformem.
“Eu não quero que outras crianças enfrentem
os comentários maldosos que Ollie precisou enfrentar.
Eu acho que a melhor maneira de combater isso
é educando as pessoas”
Relatou ela.
O garoto precisará passar por outras operações, no futuro, mas os médicos estão esperando para ver como seu crânio irá se desenvolver.
Martin Evans, chefe de cirurgia craniofacial no hospital Birmingham Children, na Inglaterra, que operou o garoto pela primeira vez, disse:
“Casos como o de Ollie são incrivelmente raros.
Eu vejo, talvez, um por ano.
Estamos muito satisfeitos que a operação foi um sucesso
e desejamos a ele tudo de melhor para o futuro”