Permissionários dizem que não conseguem sobreviver
com corte de 50% na taxa repassada pelo banco.
Responsáveis pela geração de mil empregos diretos, 9 mil indiretos e pela arrecadação de R$20.000.000,00 milhões anuais em taxas e impostos, as 287 lojas de conveniência do Banco de Brasília - BRB correm o risco de fechar as portas no Distrito Federal, em Goiás e em Minas Gerais.
As unidades prestam serviços de recebimento de títulos, saques e depósitos para correntistas e não correntistas do BRB.
O alerta sobre a situação do segmento foi dado, ontem, na Câmara Legislativa, durante comissão geral sobre o assunto. O encontro reuniu representantes de entidades dos proprietários de lojas de conveniência, diretores do BRB, deputados distritais, além de permissionários dos serviços e funcionários das lojas.
As turbulências no setor já resultaram na demissão de 200 funcionários desde outubro do ano passado, quando o banco propôs uma série de alterações na tabela de remuneração e na classificação de serviços prestados pelos permissionários.
Sufoco
A principal delas, suspensa liminarmente pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, reduz à metade o valor pago pela instituição bancárias pelos serviços prestados pelos correspondentes.
A remuneração diária caiu de R$83,00 para R$41,50 para cada máquina em funcionamento na conveniência — o mínimo é de duas por loja. Caso a medida cautelar venha a ser derrubada, o valor que o banco pretende pagar inviabilizaria a continuidade do negócio.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Correspondentes Bancários e Não Bancários do DF - Sindcorb-DF, Cristiano Varela, a categoria está sufocada pelas restrições impostas pelo BRB.
“Se o banco não entender a situação
dos correspondentes,
a solução será fechar as portas”
Avalia Varela.
Outra reclamação diz respeito à constante “mudanças de regras com o jogo em andamento”, segundo o sindicalista.
Os representantes do BRB no encontro fizeram questão de ressaltar a disposição da instituição financeira em ter um bom relacionamento com a categoria sem, no entanto, deixar de observar o mercado financeiro.
O diretor de Governo e Produtos do BRB, Nilban de Melo Júnior, afirmou que o banco não cogita colocar fim nessas parcerias.
“Temos consciência de que não conseguimos
fazer o nosso trabalho com a qualidade de hoje
sem a participação das conveniências”
Afirmou.
Já a diretora de Redes e Canais, Kátia do Carmo Peixoto de Queiroz, também ressaltou a importância da parceria. Destacou, ainda, que as medidas adotadas pelo banco foram motivadas pelas práticas de mercado.
Reunião vai buscar saída para o impasse
Um grupo de trabalho com representantes do banco, do sindicato e da associação dos correspondentes tentará solucionar o impasse entre o BRB e as lojas de conveniência.
A primeira reunião será realizada no dia 31 de março.
Idealizadora do encontro de ontem, a presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PPS), destaca a importância das lojas de conveniência, principalmente nas regiões onde não existem agências bancárias.
Também presentes à reunião, os deputados Ricardo Vale e Wasny de Roure, do PT, Agaciel Maia (PTC) e Wellington Luiz (PMDB) ressaltaram que o banco não pode deixar de cumprir seu papel social.
Os parlamentares sugeriram a ampliação do leque de serviços prestados pelos permissionários como forma de debelar a crise no segmento.
A diretora Kátia do Carmo explicou que um projeto-piloto em execução em 28 lojas permite a abertura de contas e formalização de contratos de crédito e deverá ser estendido a outras unidades.
Com Informações de: JornaldeBrasília.
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