Ligações falsas comprometem atendimentos
das equipes todos os dias.
“Brincadeira de mau gosto”
é crime, previsto no Código Penal brasileiro.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, na macrorregião Norte de Minas, beneficia mais de um milhão de pessoas.
As ambulâncias percorrem a região atendendo os mais variados tipos de ocorrência e são a linha de frente no que se refere a salvar vidas postas em risco repentinamente.
Mesmo com todo o serviço prestado, alguns dados, que se referem à solicitação de atendimentos, são chocantes.
Em 2015, a média mensal de ligações falsas que o SAMU recebeu - os famosos trotes - ultrapassaram a casa dos 10 mil.
A “brincadeira de mau gosto” é configurada crime pelo Código Penal brasileiro, segundo o artigo 266.
Conforme a legislação, o ato de interromper ou perturbar serviço telefônico, como no caso dos trotes do SAMU, pode gerar pena de detenção, de um a três anos, e multa.
Os trotes, além de comprometerem as linhas telefônicas, protelam um chamado real e congestionam as linhas telefônicas do serviço de saúde.
O coordenador do núcleo de operação permanente do SAMU, Ubiratan Lopes, explica sobre a gravidade da situação.
“Quando uma ambulância sai pra atender um trote, o veículo fica impedido de atender outras ocorrências.
Quando os trotes são longe, algumas cidades ficam descobertas porque a ambulância está ocupada.
Além de ser crime, é uma falta de consciência altamente prejudicial à saúde de vítimas reais”
Afirma.
Os prejuízos sociais são inúmeros e as saídas de ambulâncias são onerosas, o que torna o atendimento falso ainda pior. Os registros de ligações do SAMU apontam que nos horários em que crianças saem das escolas a incidência cresce.
Mas, os trotes mais graves são passados por adultos.
“Recentemente, várias pessoas maiores, de celulares diferentes, ligaram solicitando atendimento na BR-251, próximo ao distrito de Barrocão, alegando que dois ônibus teriam se chocado e que várias pessoas estavam feridas no local.
Bombeiros, SAMU e Polícia Militar foram mobilizados, várias ambulâncias foram enviadas e não passava de uma solicitação falsa.
Essa situação é muito mais cansativa que atender vítimas de verdade”
Conta Ubiratan.
Conscientização
Ubiratan Lopes explica ainda, que o SAMU tem investido em mecanismos para inibir trotes, como projetos de conscientização que compreendem o “Samuzinho”, palestras nas escolas e outros, além do detalhamento exigido no próprio atendimento telefônico.
“Recentemente incluímos uma mensagem antes que a ligação caísse para um dos atendentes que diz ‘esta ligação está sendo gravada’.
Estranhamente isso ajudou a diminuir a incidência dos trotes. As perguntas que o médico regulador faz também ajudam a identificar, além do diagnóstico, se a ligação é verdadeira ou não”
Diz.
Felizmente, em 2016, os índices de solicitação enviadas ao SAMU que são falsos atendimentos caíram, em média, 40%.
Ainda assim, a média de seis mil ligações mensais, congestiona os atendimentos e pode prejudicar o órgão de salvar vidas.
O SAMU orienta que os pais fiscalizem as crianças e ajudem no trabalho de conscientização, para que o serviço continue sendo prestado o mais rápido possível e com qualidade.
Com Informações de: G1.
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