O russo Viktor Krasnov, 38 anos, poderá passar de até um ano na prisão por causa de uma opinião postada em seu perfil no Facebook.
Ele está sendo acusado de “blasfêmia” por ter-se declarado ateu.
Segundo o jornal britânico The Independent, ele escreveu:
“Se digo que a coleção de contos de fadas dos judeus
chamada Bíblia é uma mentira completa,
é isso mesmo que quero dizer.
Pelo menos para mim,
Deus não existe!”
Postado em 2014, o comentário foi enquadrado na lei anti-blasfêmia.
Um grupo de internautas considerou a declaração do acusado “ofensiva aos fiéis ortodoxos”.
Essa legislação entrou em vigor após as manifestações que levaram à prisão o grupo punk Pussy Riot, que protestou em uma catedral de Moscou, em 2013.
Na época, o líder máximo dos ortodoxos pediu que o governo reconsidera-se os termos da lei, temendo que ela “limitasse a liberdade de expressão e de expressão criativa”, disse Kirill.
Para o governo russo, a legislação serviria para proteger os grupos religiosos minoritários e impedir conflitos religiosos.
Contudo, o processo contra Krasnov gerou muitas críticas dos grupos defensores dos direitos humanos, que o consideraram uma restrição à liberdade de expressão.
A defesa do acusado afirma que Krasnov é “apenas um ateu”. O acusado ficou um mês internado em um hospital psiquiátrico e fez exames para comprovar que não possui nenhum transtorno.
Ele começou a ser julgado nesta Quarta-feira (160302). O caso ganhou destaque por que, curiosamente, o regime comunista que durante várias décadas regeu o Estado russo, pregava o ateísmo.
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