Médicos no Texas estão planejando, através da neurociência, usar uma técnica inédita para tentar restaurar a visão de pessoas cegas, segundo relatórios da MIT Technology Review.
A empresa RetroSense Therapeutics testará uma técnica conhecida como Optogenética, que envolve a modificação de neurônios para que eles possam ser transformados em uma espécie de “interruptor”, para poder ligado e desligado usando a luz.
A técnica tem sido demonstrada em ratos e macacos, mas esta seria a primeira vez que ela seria usada em seres humanos.
De acordo com Tech Review, o teste é de responsabilidade da Retina Foundation of the Southwest, e envolverá 15 pacientes com retinite pigmentosa, uma condição pela qual as células do olho sensíveis à luz (retina) tornam-se degeneradas, fazendo com que os pacientes percam a visão periférica e noturna, finalmente, ficando cegos.
Anteriormente, os cientistas usaram Optogenética para apagar memórias de medo no cérebro de ratos.
A técnica envolve a infecção de células cerebrais com um vírus que foi programado para transportar um gene a uma proteína sensível à luz encontrada em algas, chamada canal-rodopsina-2 (ChR2).
Uma vez que as células são infectadas, o gene pode ser ativado e desligado em resposta à luz de uma determinada cor, ou comprimento de onda, transmitindo sinais da retina para o cérebro.
A esperança é que as células danificadas sejam ignoradas, enquanto as células ganglionares passem a ser diretamente sensíveis à luz.
Os pacientes que participarão do teste não serão completamente cegos, eles possuem visão muito limitada, enxergando apenas uma mão se movendo na frente de seu rosto.
O CEO da RetroSense, Sean Ainsworth disse ao Tech Review que espera que o tratamento permita que os pacientes vejam“mesas e cadeiras” ou até Leiam letras grandes.
No entanto, como a proteína só pode responder à luz de uma única cor (nesse caso, a luz azul), os cientistas acreditam que os pacientes só poderão ver o mundo em preto e branco.
Não está claro como eles vão perceber a cor, ou se eles serão capazes de ver algumas cores.
Caso o teste seja um sucesso, os cientistas pretendem explorar como a Optogenética pode ser usada para tratar outros distúrbios.
Por exemplo, uma empresa com sede na Califórnia, chamada Circuit Therapeutics, tem planos para desenvolver tratamentos optogenéticos para a doença de Parkinson.
E isso pode acontecer mais cedo do que pensamos.
Antonello Bonci, neurocientista e diretor científico do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, em Baltimore, disse ao Tech Review que os tratamentos cerebrais com optogenética poderiam estar disponíveis em até 5 anos.
Com Informações de: JornalCiência.
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