Sabemos que os vírus podem causar, até então, seis tipos de câncer humano, por exemplo, a infecção pelo vírus do papiloma humano leva ao câncer cervical.
Ainda assim, os cientistas ficaram surpresos quando um estudo recente encontrou uma ligação entre um vírus da vaca e o câncer de mama.
Até agora, os pesquisadores não afirmaram (ainda) que este vírus causa câncer de mama, pois o trabalho está em fase inicial, sendo necessária uma análise mais aprofundada do caso.
Porém, se estudos futuros reforçarem estes resultados iniciais, estabelecendo um papel causal, ele poderia ter implicações significativas para a pesquisa e controle do câncer de mama – atualmente o foco é no tratamento, e não na prevenção.
O vírus em questão é chamado de “vírus da leucose bovina” (BLV), o vírus mais comum causador de câncer em gado.
Rebanhos infectados podem ser encontrados em todo o mundo.
Acredita-se que nos EUA ele se encontra em 100% do gado usado em laticínios e quase em 40% dos rebanhos de corte.
Mas apesar do seu potencial de causar a doença, ele só levaria ao câncer em cerca de 5% das pessoas infectadas.
O vírus tem como alvo, predominantemente, as células sanguíneas, mas também pode infectar células mamárias no interior do úbere e, consequentemente, pode ser encontrado no leite de vaca.
Embora a pasteurização torne o vírus inofensivo, os cientistas estavam preocupados que a exposição a produtos alimentares poderia levar à infecção humana.
Este fato foi comprovado ano passado, através de um estudo que mostrou que ele realmente pode ser transmitido aos seres humanos.
O estudo partiu de um experimento que pegou anticorpos contra o vírus da leucose bovina em humanos, encontrando DNA viral no tecido mamário humano, levando os mesmos pesquisadores a investigar a possível relação com o câncer de mama.
Para fazer isso, cientistas da Universidade da Califórnia analisaram amostras de tecidos mamários de 239 doadores, comparando aqueles com a doença com grupos de controle de mulheres sem histórico de câncer de mama.
Tal como descrito na PLoS ONE, embora eles tenham descoberto BLV no DNA de 29% dos controlos normais, a taxa foi significativamente mais elevada no tecido de mulheres com câncer de mama, onde BLV foi encontrado em 59% das amostras.
Além disso, eles descobriram que este risco aumentado foi comparável a fatores de risco já bem estabelecidos, tais como certas opções de vida.
Os únicos fatores que levaram a um risco significativamente maior foram a genética, a idade e altas doses de radiação.
Agora, que a ligação foi identificada os cientistas precisam estudá-la muito mais, analisar suas rotas de transmissão e possíveis evidências de um estudo causal, pois, no momento, ainda não é possível dizer que o vírus tem a capacidade de causar câncer de mama.
Mas se ele realmente tiver essa capacidade, pode resultar em algo positivo, justamente por possibilitar o desenvolvimento de estratégias de prevenção – como vacinas – que poderiam reduzir a incidência de câncer de mama.
Com Informações de: JornalCiência.
Leucose Bovina
A infecção pelo vírus da Leucose bovina - BLV é difundida no mundo todo, principalmente no rebanho bovino leiteiro, apresentando-se na maioria das vezes como uma infecção subclínica.
Estima-se que 30% dos animais infectados desenvolvem linfocitose persistente, e de 1 a 5% desenvolverão a doença (leucose), que se caracteriza por tumores em diversos órgãos (linfossarcoma e linfomas malignos).
A forma tumoral é comumente observada em animais adultos e é invariavelmente fatal.
Mesmo os animais com a infecção subclínica podem apresentar perdas de produtividade. Uma vez infectados, os animais permanecerão portadores do agente por toda a vida.
O vírus está presente no sangue e é transmitido quando houver transferência de células sanguíneas entre os animais.
A infecção pode ser diagnosticada por testes sorológicos, e a positividade pode implicar na restrição ao comércio e eventos agropecuários, financiamento e em utilização em programas de reprodução.
Quando suspeitar da infecção por Leucose bovina?
=> O principal sinal é o emagrecimento progressivo;
=> Infartamento dos linfonodos superficiais;
=> Presença de massas sólidas à palpação retal;
=> Períodos intercalados de constipação e diarreia; fezes com estrias de sangue;
=> Presença de massas tumorais branco-amareladas em órgãos dos animais mortos (principalmente no coração, abomaso e linfonodos mesentéricos).
Como ocorre a transmissão?
=> Transferência de sangue contaminado (compartilhamento de agulhas em vacinações e em terapias parenterais, instrumentos cirúrgicos, descorna, luvas de palpação retal, colocação de brincos e tatuagens);
=> Ingestão de colostro e leite de vacas positivas;
=> Monta natural.
Como deve-se proceder?
=> Em caso de suspeita, remeter soro para o diagnóstico;
=> Entrar em contato com o SV/UFSM (3220 8853; 8851).
Material para o diagnóstico?
=> Soro dos animais suspeitos.
Medidas de Controle (após confirmado o diagnóstico)
=> Não existem vacinas disponíveis para a leucose;
=> O ideal seria o descarte/abate dos animais positivos;
Quando não for possível o descarte, recomenda-se:
=> Identificar os animais positivos;
=> Dividir o rebanho entre animais positivos e negativos;
=> Realizar o manejos dos animais positivos após o manejo dos animais sadios;
=> Desinfetar agulhas e materiais de uso comum;
=> Não fornecer colostro de fêmeas positivas aos bezerros;
=> Somente introduzir animais negativos no rebanho;
=> Dar preferência de descarte aos animais positivos.
=> Com Informações de: Setor de Virologia UFSM.
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